Amanhã vêm as linhas orientadoras e depois disso uma discussão pública: PSD e CDS vão passar as duas semanas a discutir (“pelo partido e pelo país”) as medidas que devem constar do seu programa eleitoral. Só depois o programa será fechado e apresentado ao país, confirmou o Observador.

Na sessão de amanhã, marcada para um hotel de Lisboa, Passos Coelho e Portas cedem o lugar da frente aos responsáveis pela condução dos trabalhos: José Matos Correia e Assunção Cristas, vice-presidentes do PSD e CDS-PP, terão os líderes à frente, mas ficam com a missão de apresentar um documento que vai ser curto – e na linha do costume: sem grandes promessas, com a mesma linha do Programa de Estabilidade: redução gradual das medidas de austeridade, medidas destinadas estimular a economia (sem mais investimento público).

O mote é o “realismo”. Contra o irrealismo que os dois partidos vêem no programa socialista, que será fechado já esta semana. Este domingo, numa entrevista ao JN, o vice do PSD Marco António Costa dava o mote: o PS anda aos “zig-zags”, com várias versões de um programa que são contraditórias.

Também por isso, na coligação fala-se de um processo de consulta, “não de um referendo” – como aquele informal que o PS lançou no seu site, já com um projeto de programa em cima da mesa.  E aposta-se que não é preciso, para já, fazer mais: mais importante do que anunciar medidas novas é apontar todas as armas às ideias que António Costa for lançando e sublinhar, a par e passo, os resultados positivos que a economia for dando.

Hoje, por exemplo, foi a vez dos indicadores sobre o desemprego: o recuo em dois pontos percentuais, para os 13%, foram valorizados e elogiados por Paulo Portas, Mota Soares, também por Adão Silva do PSD. O líder socialista, António Costa, desvalorizou: “Falar-se de boas notícias é quase tão mau como a ideia do primeiro-ministro que isto é um final feliz. Isto é um final muito triste pela situação dramática em que o país está”.

Apostados na recuperação – e na ideia de que os portugueses irão penalizar quem desvalorizar o esforço -, os dois partidos seguem o plano ao mesmo ritmo. No PS, a aposta é simétrica: “Já todos sabemos quais são as linhas gerais do programa da coligação: Um novo corte das pensões em mais 600 milhões de euros, a prorrogação do corte salarial dos trabalhadores do setor público e a prorrogação da sobretaxa de IRS. É mais do mesmo”.

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