É a última ação do “Portugal Connect”, o projeto de promoção de empresas tecnológicas portuguesas que a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Mexicana (CCILM) está a liderar no México, e esta segunda-feira leva seis empresas de pequena e média dimensão à maior feira de tecnologias de educação da América Latina. Na liderança das tecnológicas da Virtual Educa 2015, está a JP – Inspiring Knowledge (JP – IK), ex-JP Sá Couto, empresa que produziu os computadores “Magalhães”.

Apoiado pelo QREN, o “Portugal Connect” surgiu no ano passado para ajudar as empresas na área das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) a entrar no mercado mexicano.

“Esperamos que se mantenham as perspetivas de negócios que as iniciativas anteriores tiveram”, disse ao Observador Gomes da Costa, presidente da CCILM.

Para trás, ficaram outras duas feiras e três missões empresariais, que culminaram com negócios que estão em vias de se concretizarem “em pouco tempo”. Além destes, é já público que a JP – IK venceu um concurso público para fornecer 960 mil tablets à secretaria da Educação Pública do México, em parceria com a mexicana IUSA.

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“A grande vantagem deste projeto é poder levar empresas pequenas ou médias a estes mercados, onde sozinhas teriam muita dificuldade de entrar”, diz Gomes da Costa.

Para breve, poderão concretizar-se os negócios da Microio e da Inovar+, duas das empresas que estão presentes da Virtual Educa. A primeira é de Aveiro e vai lançar um projeto piloto no mercado mexicano durante a feira, com o Unicard, um sistema de gestão integrada para escolas. Já a Inovar+ desenvolveu um sistema que permite dinamizar os sistemas educativos de gestão pedagógica e administrativa.

Além da JP – IK, da Microio e da Inovar+, vão estar presentes na Virtual Educa a Famasete, tecnológica que lidera o mercado português na área multitátil e de interatividade, a Bri-Bright, que desenvolve soluções destinadas de educação tecnológica, como quadros interativos, e a Academia de Código, startup que quer introduzir a programação no ensino das crianças e jovens desempregados.

E quais são as mais-valias da economia mexicana para as empresas portuguesas? “Estamos perante um mercado que é a 11ª economia do mundo, com 120 milhões de pessoas e que está a passar por um período de reformas muito importantes em várias áreas: a das infraestruturas, das energias e da chamada agenda digital”, diz, acrescentando que o retomar das relações diplomáticas tem ajudado a contribuir para este enfoque.

Por outro lado, Gomes da Costa destaca o facto de Portugal, na área das TIC, estar “realmente num patamar de desenvolvimento” acima do México. “É uma oportunidade excelente para as empresas”, referiu.

O “interesse” do governo mexicano nas empresas portuguesas

A 17 de junho, o diretor para a Europa da ProMéxico, a agência governamental que promove a internacionalização da economia mexicana, veio a Lisboa convidar empresas portuguesas a investirem no país e a concorrerem ao investimento que o país vai fazer nos próximos anos, nos setores das obras públicas, ambiente e energia.

“Tivemos a presença de muitas empresas e o interesse do governo mexicano nas empresas portuguesas foi expresso de forma muito clara pelo embaixador do México em Portugal. Há interesse do governo mexicano em que as empresas portuguesas se candidatem a este grande plano de reformas que o México está a desenvolver”, avançou Gomes da Costa.

Para convencer as empresas portuguesas a focarem-se no mercado mexicano, o presidente da CCILM destaca a estabilidade política que se vive no país e o crescimento da economia, por volta dos 3%. “Temos uma economia que cresce sustentadamente à volta dos 3%, e espera-se que continue, e um país que tem uma população muito jovem e com necessidades de consumo e desenvolvimento muito grandes”, acrescenta.

Mas, para ter sucesso, é preciso que estas empresas apostem nas parcerias e insistam nos contactos, adianta. Gomes da Costa revela, ainda, que a CCILM já tem um novo projeto aprovado pelo Portugal 2020 para dar continuidade ao “Portugal Connect”. “É mais ambicioso, vai ter um investimento de 800 mil euros e prevê a presença da CCILM em quatro feiras e uma missão empresarial. E vamos alargar o âmbito a todas as tecnologias empresariais e industriais”, avançou. Contudo, o conselho da CCILM ainda não decidiu se vai avançar com o projeto.