A onda de calor sentida nos últimos dias no Paquistão provocou a morte de quase 700 pessoas, segundo um novo balanço divulgado pelas autoridades locais.

A maioria das vítimas morreu em hospitais públicos na cidade portuária de Carachi, o centro económico do Paquistão, com cerca de 20 milhões de habitantes.

Durante o fim de semana, as temperaturas em Carachi atingiram os 45 graus.

“O número de mortos na onda de calor atingiu os 692”, disse um alto responsável das autoridades sanitárias da província de Sindh, Saeed Mangnejo, admitindo que este número ainda pode aumentar.

O último balanço dava conta de mais de 450 mortos.

O maior número de mortes foi registado no principal hospital de Carachi, Post Graduate Medical College Hospital, onde foram tratados mais de três mil doentes, afirmou, em declarações à agência noticiosa francesa AFP, o médico Semi Jamila.

A principal organização de solidariedade paquistanesa, Edhi Welfare Organisation, informou que as duas morgues da cidade receberam mais de 400 corpos nos últimos três dias.

“As morgues atingiram a sua capacidade”, afirmou o porta-voz da Edhi Welfare Organisation, Anwar Kazmi, citado pela AFP.

As autoridades paquistanesas informaram entretanto que a vaga de calor também fez sete vítimas mortais na província de Punjab nas últimas 24 horas.

Estas mortes ocorrem numa altura em que este país maioritariamente muçulmano, com cerca de 200 milhões de habitantes, observa o mês sagrado do Ramadão, durante o qual é proibido comer e beber entre o nascer do sol e o pôr-do-sol.

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Alguns clérigos lançaram avisos públicos a informar que as pessoas fisicamente mais débeis podiam abster-se de fazer jejum nestas condições difíceis.

Os cortes no abastecimento de eletricidade registados em Carachi estão a dificultar o fornecimento de água à cidade.

As temperaturas hoje registadas em Carachi rondavam os 44,5 graus, segundo os serviços meteorológicos paquistaneses, que informaram sobre a possível ocorrência de tempestades durante o período da noite.

O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, deu instruções especiais à Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA, na sigla em inglês) e a outras organizações para fornecerem uma assistência urgente às vítimas da vaga de calor.

Esta situação no Paquistão acontece um mês depois da “vizinha” Índia ter sido afetada por uma onda de calor, que fez mais de dois mil mortos.