Martin Bouygues, presidente não executivo da Bouygues Telecom, a terceira maior operadora móvel francesa, disse esta quarta-feira que recusou a oferta de cerca de 10 mil milhões de euros que Patrick Drahi, presidente da Altice, fez pela sua empresa, porque o financiamento da operação não estava totalmente fechado, escreve o The Wall Street Journal.

O chairman disse também que os eventuais obstáculos que a Autoridade da Concorrência iria apresentar na sequência da proposta tornariam o negócio insustentável. Mas a Altice ainda não teceu nenhum comentário sob o tema. Seria através da Numericable-SFR, uma empresa de telecomunicações que faz parte do grupo Altice, que Patrick Drahi concretizaria o negócio.

“Não sei como é que o Sr. Drahi poderia conseguir um financiamento sério e, ao mesmo, tempo, assumir todas as alterações”, disse Martin Bouygues numa entrevista à rádio francesa RTL, acrescentando que o financiamento não estava fechado “de todo”.

Nos mercados, as expectativas apontavam para que a Bouygues aceitasse a oferta da Altice, que desde o início do mês também é dona da Portugal Telecom (PT). A junção das duas empresas faria da Numericable-SFR a maior operadora do mercado de telecomunicações francês. Mas o governo francês mostrou-se sempre contra a operação. Disse que seria “indesejável”.

As negociações estavam a decorrer há vários meses. Além da Portugal Telecom, Drahi comprou a empresa norte-americana de cabo Suddenlink Communications, num negócio avaliado em mais de 7,97 mil milhões de euros. Em maio, a Altice também lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) pela Time Warner Cable. Mas perdeu para a A Charter Communications.

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