26 de junho de 2015. Três atentados marcam aquela que viria a ser uma sexta-feira negra, com mais de 60 vítimas mortais e muitas dezenas de feridos. Os palcos dos atentados foram, também eles, três — França, Tunísia e Kuwait — e o mesmo número aplica-se aos responsáveis — o suspeito do atentado em solo francês encontra-se detido e está ainda a ser investigado pelas autoridades. Mas o que têm eles em comum? Laços ao islamismo radical.

Kuwait: Os estragos de um cidadão saudita

O bombista suicida responsável pelo ataque a uma mesquita xiita já foi identificado e trata-se de um cidadão saudita. Num comunicado divulgado pela agência de notícias oficial KUNA, o ministro do Interior do Kuwait identificou o suicida como sendo Fahd Suleiman Abdulmohsen al-Qaba’a.

Entretanto, a polícia daquele país já prendeu mais duas pessoas pelo alegado envolvimento no ataque — o motorista do terrorista e o dono da casa onde este se escondia. O ataque de sexta-feira, já reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, fez 26 vítimas mortais e feriu 227 pessoas.

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Tunísia: Um entusiasta de break dance e amante de futebol 

Seifeddine Rezgui é o nome do responsável pelo ataque terrorista de sexta-feira a um resort tunisino. Tinha 23 anos e era estudante de aviação na Universidade de Kairouan, na Tunísia. Segundo o que foi divulgado pela imprensa internacional, Rezgui fez-se passar por um turista e escondeu a arma num guarda-sol. Só depois começou a disparar. O estudante foi abatido pelas forças de segurança depois do ataque. Rezgui não era conhecido pelas autoridades até à última sexta-feira.

A imprensa internacional descreve Rezgui como um entusiasta de break dance e um amante de futebol (com queda para torcer pelo Real Madrid), que vivia a vida “como qualquer outro jovem rapaz”, de acordo com amigos e vizinhos. O estudante, garante ainda o Mirror, só despertou a preocupação de quem o rodeava quando começou a divulgar mensagens extremistas nas redes sociais.

Alguns vizinhos sugerem que Rezgui terá sido vítima de uma lavagem cerebral, uma vez que descrevem-no como sendo uma boa pessoa — Monia Riahi, de 50 anos, disse “Conheço-o desde que era pequeno. Nunca teve problemas com ninguém. Talvez tenha sido alvo de lavagem cerebral ou assim”.

França: Uma selfie macabra

O suspeito do atentado em França tem 35 anos. Yassim Salhi terá decapitado o seu patrão e tentado provocar uma explosão numa fábrica de gases industriais em Saint-Quentin-Fallavier, nos Alpes franceses. O condutor de camiões, alegadamente proveniente do norte de África, está detido em Lyon. O Guardian garante que não está a falar com os investigadores (até ao momento, só um dos três suspeitos detidos foi libertado).

Nos últimos seis meses, Yassim Salhi vivia num subúrbio de Lyon e era descrito pelos vizinhos como o típico membro de uma comunidade que gostava de jogar futebol na rua com os três filhos. “Eles eram uma família muito normal”, comentou uma vizinha à Reuters, citada pelo Guardian. “Só falei com a mulher; ele não dizia olá ou adeus”. Mas Salhi esteve sob a vigilância das autoridades entre 2006 e 2008 e tinha laços ao islamismo radical.

A notícia mais recente sobre Yassim Salhi dá conta de que este tirou uma selfie com a única vítima mortal do atentado (além de dois feridos), já decapitada. Posteriormente, enviou a imagem via WhatsApp — uma aplicação que permite a troca instantânea de mensagens — para um número de telefone canadiano, avançam as autoridades. Os investigadores franceses estão a tentar descobrir a identidade do destinatário, mas não confirmam, por enquanto, os relatos que dizem tratar-se de uma pessoa na Síria, o berço do autoproclamado Estado Islâmico.