O movimento de resistência islâmica Hamas assegurou esta quinta-feira que o último conflito bélico com Israel em Gaza, que começou há um ano, não terminará até que se resolva a questão dos presos palestinianos.
“O inimigo e os amigos devem saber que a guerra do ano passado na Faixa de Gaza não acabou e continua em aberto até que se resolva a questão dos prisioneiros”, sublinhou Abu Obeida, porta-voz do braço armado as ‘Brigadas de Ezedín Al Kasem’, em comunicado.
Abu Obeida, que fez assim referência a um possível acordo para trocar prisioneiros com Israel, exigiu o fim do bloqueio à Faixa de Gaza e advertiu que, caso este persista, o “povo e a resistência armada combaterão cara-a-cara, mas desta vez a batalha não será fácil”.
Israel assegurou que, nos últimos meses, o grupo islâmico testou vários projéteis, que disparou desde a costa de Gaza até ao mar.
A 8 de julho de 2014, Israel iniciou uma operação militar denominada “Margem Protetora”, por terra, mar e ar, para impedir o disparo de projéteis por palestinianos a partir de Gaza e os ataques através de túneis, contra o seu território.
O conflito provocou uma enorme destruição na Faixa de Gaza, onde morreram 2.251 palestinianos, dos quais 1.462 civis e 551 crianças, e 73 israelitas, 67 deles soldados, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Após o fim do conflito, com um acordo de cessar-fogo mediado pelo Egipto, após 50 dias, o movimento Hamas anunciou que tinha capturado dois soldados israelitas, que Israel considerou mortos em combate, com os quais pretendia alcançar um acordo para trocar prisioneiros.
Na quarta-feira, os ‘media’ locais, que citaram fontes israelitas e do Hamas, disseram que milicianos do movimento, têm em cativeiro em Gaza israelitas vivos e mortos, sem precisar o seu número ou identidade.
A Coordenação de Atividades do Governo nos Territórios [palestinianos], organismo dependente do Ministério da Defesa israelita, revelou esta quinta-feira, em comunicado, que um civil israelita identificado como Avraham Mangisto está em poder do Hamas e que há um outro caso semelhante de um cidadão árabe-israelita.
O Hamas retém também, desde o verão passado, os restos mortais de dois soldados israelitas, Orón Shaul e Hadar Goldin, mortos durante a operação militar iniciada por Israel na Faixa de Gaza.
Jaled Meshal, dirigente do órgão político do Hamas, afirmou na quarta-feira que Israel contactou o movimento, através de canais europeus, para solicitar a entrega dos restos mortais dos soldados, a fim de que sejam sepultados em solo israelita.