E se umas gotas pudessem tratar os casos de cataratas ou até mesmo prevenir o aparecimento deste embaciamento do cristalino? Esta proposta, menos invasiva e mais económica, foi apresentada por um grupo de investigadores na revista científica Nature. Mas por enquanto ainda só foi testada em cães.

Nas cataratas, o cristalino – a lente do olho – torna-se opaco ou pouco transparente e, consequentemente, traz problemas de visão. O envelhecimento ou a diabetes são as causas mais frequente daquela que é considerada uma das doenças oculares mais comuns. É tão comum que só na União Europeia são realizadas dois milhões de cirurgias por ano, refere o El Confidencial. Quando não são tratadas, as cataratas levam à cegueira.

A cirurgia é simples e normalmente tem bons resultados, mas com o envelhecimento global da população os encargos para os sistemas nacionais de saúde poderá tornar-se incomportável. Esta nova técnica poderá trazer o alívio que os Estados precisam.

Quando as proteínas dos olhos se tornam menos solúveis podem acumular-se no cristalino aumentando a opacidade. O estudo agora publicado mostra que a substância química lanosterol, que existe naturalmente no olho, quando aplicada em duas doses, reduz a quantidade de proteínas acumuladas, devolvendo ao cristalino o aspeto normal. A equipa liderada por Kang Zhang, investigador na Universidade da Califórnia em San Diego, decidiu testar esta substância porque encontrou mutações nos genes que a codificam em doentes com cataratas.

Como é baseado num composto que já existe no olho, não se espera que tenha problemas de segurança e poderá estar em ensaios clínicos no próximo par de anos, refere o El Confidencial.

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