As longas reuniões deste fim de semana em Atenas entre o Governo grego e os credores internacionais parecem ter dado frutos. O objetivo do lado grego nas negociações para o terceiro resgate é concluir os trabalhos ainda esta semana, para que a legislação necessária possa ser votada pelo Parlamento e evitar que a Grécia entre em incumprimento no próximo dia 20.

De acordo com oficiais gregos, citados pelo The Wall Street Journal, a discussão liderada pelos ministros gregos da Economia e das Finanças (George Stathakis e Euclid Tsakalotos, respetivamente) centrou-se na questão do fundo de privatizações e, por outro lado, nas metas orçamentais necessárias para a obtenção da primeira tranche dos 86 mil milhões de euros do terceiro resgate.

Do outro lado da mesa de negociações estão representantes das quatro instituições responsáveis pelo programa de resgate: Comissão Europeia, FMI, BCE e o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), a quem a Grécia está a pedir um terceiro resgate que salvaguarde as necessidades de financiamento dos próximos anos.

Uma fonte europeia citada pelo jornal financeiro disse que “muitos progressos foram feitos”, sem especificar em que áreas. Os representantes dos dois lados da negociação estiveram a escrever um documento preliminar que possa servir de base para as discussões dos próximos dias.

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Têm sido divergentes os relatos acerca de como estão a progredir estas negociações. Se do lado de Atenas o próprio Alexis Tsipras disse há vários dias que o processo estava na “reta final”, o Ministério das Finanças da Alemanha tem indicado, de acordo com a imprensa alemã, que não quer pressas e pede novo empréstimo intercalar para a Grécia.

“Um programa que deverá durar três anos e valer mais de 80 mil milhões precisa de uma base muito sólida”, afirmou fonte de Berlim ao Sueddeutsche Zeitung. O Ministério das Finanças alemão não quer pressas: “Um novo programa intercalar é melhor do que o programa meio acabado”, acrescenta a mesma fonte, citada pelo jornal grego Kathimerini.

O primeiro empréstimo intercalar concedido à Grécia valia 7,2 mil milhões de euros, o que foi suficiente para financiar o Estado por algumas semanas e ajudar a Grécia a pagar um reembolso ao BCE e acertar contas com o FMI, com quem a Grécia tinha falhado vários pagamentos. Mas esse valor não chega para suportar o reembolso de 3,4 mil milhões de euros em obrigações que estão nas mãos do BCE.

A Grécia tem procurado criar pressão para que se chegue a um acordo para o terceiro resgate antes desse pagamento, mas a Alemanha recusa-se a fazer cedências nas reformas exigidas por uma questão de concluir as negociações a tempo de pagar ao BCE. Após um encontro com François Hollande no Egito, Alexis Tsipras indicou (através de comunicado do seu gabinete) que “os dois líderes acordaram que as negociações podem e devem ser concluídas após 15 de agosto”.