A economia norte-americana criou mais 173 mil novos postos de trabalho não-agrícolas em agosto, o que ajudou a que a taxa de desemprego tenha caído para 5,1%, o valor mais baixo dos últimos sete anos (em rigor, um mínimo desde abril de 2008). A taxa de desemprego nos EUA, que chegou perto dos 10% no início de 2010, está agora num nível que a Reserva Federal dos EUA considera “emprego pleno”, pelo que a primeira subida da taxa de juro desde 2006 parece mais próxima.

O Departamento do Trabalho divulgou, como é hábito na primeira sexta-feira de cada mês, os dados relativos ao mercado de trabalho no mês anterior. A criação líquida de postos de trabalho (excluindo o setor agrícola, muito sazonal) foi de 173 mil novos empregos, o que ficou um pouco abaixo do que os economistas previam nos últimos dias. Ainda assim, o facto de a taxa de desemprego ter descido de 5,4% para 5,1% é um dos fatores que leva os especialistas a ver nos dados uma indicação de que a economia norte-americana está a demonstrar uma robustez assinalável.

“O mercado de trabalho está, claramente, a melhorar. O crescimento do emprego é mais do que suficientemente robusto para assegurar que a taxa de desemprego continua a cair”, comenta Jim O’Sullivan, um economista da High Frequency Economics em Nova Iorque, citado pela agência Bloomberg. A taxa de desemprego chegou a subir perto de 10% no pico da crise económica, que se seguiu ao colapso financeiro de 2008. Está, agora, em cerca de metade, o que é crucial para uma economia como a norte-americana, muito apoiada no consumo interno.

EHUPUS Index (US Unemployment Ra 2015-09-04 14-08-59

Fonte: Bloomberg (dado termina no valor do mês passado, 5,4%. A leitura hoje divulgada, para agosto, é de 5,1%).

Além da criação de empregos e da descida da taxa de desemprego, os dados mostraram, também, que o salário médio por hora subiu mais do que o previsto pelos economistas e que cada trabalhador laborou, em média, mais horas. Estes dois dados contribuem para que se acredite que a taxa de inflação nos EUA poderá subir um pouco, como é desejo da Reserva Federal.

É para o banco central norte-americano e para a sua presidente, Janet Yellen, que se viram os holofotes. Numa altura em que um aumento da taxa de juro é pedido por vários economistas e por alguns membros do conselho que define o rumo da política monetária, acredita-se que a Reserva Federal poderá dar esse passo na próxima reunião, agendada para 16 e 17 de setembro. A confirmar-se, será a primeira subida da taxa de juro – que está em 0%-0,25% desde 2008 – dos últimos dez anos.

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