Cinquenta minutos depois da partida do Parque das Nações, Lisboa, a caravana de táxis em protesto contra o transporte de passageiros pela empresa que utiliza a aplicação Uber chegou ao aeroporto onde se juntaram cerca de 400 profissionais. Bem longe, por enquanto, dos 1.500 e dois mil taxistas que Florêncio Almeida, presidente da ANTRAL, esperava ter neste protesto. Existem na zona de Lisboa 3.500 carros e nos arredores da capital cinco mil.
A agência Lusa está a acompanhar o protesto e fez em 50 minutos um trajeto — entre o Parque das Nações e o aeroporto – que normalmente leva cinco e dez minutos a ser feito.
Segundo a organização do protesto, a cauda da manifestação encontrava-se pelas 10h00 na Avenida Alfredo Bem saúde, mais conhecida por Ralis. Do aeroporto de Lisboa, os taxistas vão para o Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT), que, segundo alguns taxistas, é um dos organismos responsáveis pela atual situação. O Serviço Rádio Táxis parou os serviços hoje em solidariedade com o protesto.
Os taxistas estão a fazer hoje um protesto no Porto, em Lisboa e em Faro, com a realização de marchas lentas contra o transporte de passageiros por condutores ligados à empresa que utiliza a aplicação eletrónica Uber.
“A razão do protesto visa alertar para os efeitos da violação da lei, do não-acatamento de decisões judiciais, constituindo neste caso crime”, e protestar contra a “tolerância dos decisores” e a “inação dos fiscalizadores, no uso das competências e obrigações a que estão vinculados”, explicou, em comunicado, a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL).
Os taxistas pretendem entregar um dossiê explicativo das suas razões ao presidente do Instituto da Mobilidade Terrestre e à ministra da Justiça, em Lisboa.
Numa nota, a PSP informa que existirão elementos policiais a proceder ao desvio do trânsito devido aos previstos condicionamentos da circulação rodoviária e aconselha os cidadãos a utilizarem preferencialmente os transportes públicos para deslocações na cidade de Lisboa.
O Tribunal Central de Lisboa aceitou a 28 de abril deste ano uma providência cautelar interposta pela ANTRAL, e proibiu os serviços da aplicação de transportes Uber em Portugal, decisão que foi confirmada pelo mesmo tribunal em junho. A ANTRAL acusa a Uber de “continuar a trabalhar da mesma forma” que trabalhava antes da decisão do tribunal.
Presidente da ANTRAL levanta suspeição: “existirão políticos ligados à Uber?”
O presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florência Almeida, disse à Lusa que a Uber trabalha, na sua opinião, ilegalmente em Portugal. “O Governo que deve fazer cumprir a constituição e as decisões dos tribunais nada tem feito “, salientou.
Florêncio Almeida avançou ainda com a “possibilidade de existirem políticos ligados à Uber” e “com algum interesse” em que a situação se mantenha. “Não vamos permitir que as decisões dos tribunais não se venham a cumprir num país de direito”, frisou. O presidente da ANTRAL adiantou ainda que já estão muitos taxistas concentrados no aeroporto e que estes não estão a fazer serviços.
A razão do protesto visa alertar para os efeitos da violação da lei, do não-acatamento de decisões judiciais, constituindo neste caso crime”, e protestar contra a “tolerância dos decisores” e a “inação dos fiscalizadores, no uso das competências e obrigações a que estão vinculados”, de acordo com a ANTRAL.