A ilha grega de Lesbos, que as autoridades disseram estar “à beira da explosão”, assistiu, na segunda-feira à noite, a novos confrontos entre migrantes e polícia. Uma dúzia de guardas costeiros e polícias antimotim, armados com bastões, tentaram controlar cerca de 2.500 migrantes, gritando “Mantenham-se afastados”, à medida que a multidão se deslocava na direção de um navio fretado pelo Governo, com destino a Atenas.
As fronteiras da Europa estão a ser pressionadas pela entrada de pessoas que fogem de guerras no Médio Oriente e África, com milhares a atravessarem as Balcãs e o Mediterrâneo todos os dias. Lesbos, com uma população de 85.000, assistiu à chegada de mais de 15.000 migrantes, a maioria da Síria.
“Fiquei aqui oito, nove dias. Meu Deus, nem me quero lembrar”, disse Aleddin, um estudante de engenharia que espera conseguir chegar à Alemanha, para se juntar ao seu irmão. “Algumas pessoas estão aqui há 14 ou 15 dias. O Governo não se preocupa”, lamentou.
O ministro grego para a política migratória, Iannis Moualas, alertou, na segunda-feira, para uma situação “à beira da explosão” na ilha de Lesbos, leste do Mar Egeu, devido à concentração de “entre 15 mil a 17 mil refugiados”.
Austrália quer acolher cristãos
A Austrália quer limitar o seu acolhimento de refugiados sírios a grupos minoritários, sobretudo cristãos, e a famílias que se encontram em campos de refugiados, disse hoje a ministra dos Negócios Estrangeiros, Julie Bishop.
“Creio que as minorias cristãs são perseguidas na Síria e mesmo depois de o conflito terminar vão continuar a ser perseguidas”, declarou Bishop, numa entrevista à emissora ABC. “Por isso acredito que a prioridade será assegurarmos o acesso dessas minorias étnicas e religiosas que não têm onde regressar quando o conflito terminar”, acrescentou.
De acordo com Bishop, os planos do Governo australiano incluem também outros grupos minoritários, como maronitas, yazidis ou drusos, bem como as famílias que se encontram em campos de refugiados na fronteira do Líbano, Jordânia e Turquia.