Henrique Neto, candidato às eleições presidenciais portuguesas de 2016, alertou esta quinta-feira a Procuradora-Geral da República para “o perigo” de alguns processos que envolvem políticos “serem inconclusivos ou prescreverem”, disse à agência Lusa.

“O país está muito preocupado – os portugueses – com o número de processos de políticos e pessoas relevantes da economia que estão a decorrer. E eu, na visita que fiz aos partidos políticos e aqui, chamei a atenção para o perigo de alguns, ou todos estes processos, serem inconclusivos ou prescreverem”, afirmou Henrique Neto, no final de uma reunião com Joana Marques Vidal, Procuradora Geral da República.

Referindo que os meios de comunicação social “refletem muitas vezes a opinião de alguns juristas que falam da ausência de meios da justiça”, Henrique Neto alertou que “seria muito grave que [esses processos] fossem inconclusivos, e a justiça possa evocar que o foram por não ter havido os meios necessários à investigação”.

Além disso, o candidato à Presidência da República considerou que a situação seria “grave”, porque “na cabeça dos portugueses pode sobreviver a dúvida de que se há falta de meios, por que é que o poder político não forneceu esses meios”.

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De acordo com Henrique Neto, a Procuradora-Geral da República “foi sensível à questão” e, “nesta e noutras áreas, tem preocupações e está atenta ao evoluir desses processos”.

Henrique Neto, ex-deputado do PS e empresário, foi o primeiro a anunciar a candidatura à Presidência da República, a 25 de março.

Crítico dos governos socialistas de José Sócrates, no passado mês de janeiro Henrique Neto subscreveu o manifesto “Por uma democracia de qualidade”, entregue ao Presidente da República, Cavaco Silva, e que pedia uma reforma do sistema eleitoral.