Auschwitz, o conjunto de campos de concentração alemães nazis situados na Polónia, que incluía a “base de operações” da solução final para a questão judaica ordenada por Adolf Hitler em 1941, mantém ainda mistérios: o número de pessoas assassinadas é indeterminado. Existem cálculos que falam em 2.5 milhões, mas os números oficiais apontam para 1.1 milhão. Este fato tornou Auschwitz o símbolo maior do Holocausto.
O plano de Hilter está a ter repercussões ainda hoje, 74 anos depois. Agora, uma mulher de 91 anos foi acusada por associação a 260 mil assassinatos em Auschwitz. A acusação assenta na ajuda e apoio que a mulher deu no funcionamento do campo de extermínio. E no fato de esta ter estado envolvida em todo o processo como membro das SS nazis.
A antiga funcionária das SS trabalhou como operadora de radio para o comandante do campo entre abril e julho de 1944, altura em que centenas de milhares de judeus húngaros foram mortos nas câmaras de gás. Apesar da sua idade, Heinz Doellel, porta-voz dos procuradores do estado alemão de Schleswig-Holstein, citado pela Fox News, afirmou que não havia nenhum indício de que estivesse inapta para o julgamento. No entanto, e ao que tudo indica, o tribunal não vai decidir se segue com o caso.
Apenas 50 dos 6.500 antigos membros das SS foram julgados na Alemanha por servirem em Auschwitz. Por isso, as autoridades germânicas estão a reunir esforços para condenar membros que ainda estejam vivos.
O “contabilista” de Auschwitz
Já este ano, enquadrada nesta política alemã de condenação a antigos funcionários de Auschwitz, Oskar Groening, de 94 anos, foi condenado a 4 anos de prisão.
Groening, que ficou conhecido como o “contabilista de Auschwitz”, admitiu em 2005 num documentário da BBC, que estava presente quando era feita a seleção de pessoas, a transportar para as câmaras de gás. Para além disso, o antigo membro das SS foi também acusado por confiscar a bagagem e dinheiro dos prisioneiros, justificando-se assim a condenação por ter sido cúmplice de 300.000 mortes. “Vi as câmaras de gás. Vi os crematórios”, afirmou em 2005 em entrevista à BBC.
O campo de concentração de Auschwitz foi libertado pelas forças soviéticas em 1945.