Sobre Cristiano Ronaldo, o futebolista, já tudo se disse, escrevinhou e filmou. Mas nunca se foi tão profundamente na sua história, às suas raízes, ainda no Funchal, na freguesia de Sto. António, à vinda para Lisboa e para o Sporting, à ascensão em Alvalade e à ida para Manchester e, depois, para Madrid. Nunca se viu de tão perto, realmente perto, como é o dia-a-dia de Ronaldo em casa, com a família, ou fora dos relvados, com os amigos mais próximos.
Nunca se viu Cristiano sem o ar ríspido com que disputa cada bola, sem o esgar autoritário com que celebra cada golo, sem o tom de circunspeção com que fala à imprensa, nunca se viu um Cristiano tão livre de tudo como no documentário “Ronaldo”, assim se vai chamar, que estreia a 9 de novembro nos cinemas de todo o mundo.
O filme, realizado por Anthony Wonke, conta com os produtores dos aclamados “Senna”, sobre a vida do malogrado piloto e que venceu o Óscar de melhor documentário, e “Amy”, sobre Amy Winehouse, que tão elogiado foi pela crítica de Cannes. Wonke passou 14 longos meses à volta de Ronaldo. Para onde ele fosse, Anthony Wonke também ia.
As câmaras gravaram tudo, num “acesso sem precedentes”, como o próprio realizador disse, desde os bastidores da 3.ª Bola de Ouro que CR7 venceu, à 10.ª Liga dos Campeões que o Real Madrid também venceu, e logo em Lisboa. Mas o que é realmente novo é ver Ronaldo em família, com o filho, e escutar os depoimentos, por vezes doridos, da mãe e das irmãs.
O trailer já se fez ver, tudo o mais está no segredo dos deuses, mas é curiosa a reação de Ronaldo, pai, quando ouve o filho, também ele Cristiano Ronaldo, dizer-lhe que quer ser guarda-redes daqui por uns anos. “Guarda-redes? ‘Tás a brincar!?”