Michel Platini veio a público falar, pela primeira vez, sobre o pagamento irregular, de quase 2 milhões de euros, feito pelo presidente da FIFA, Joseph Blatter, àquele que é presidente da UEFA. Em entrevista à Agência France Press, e citada pelo canal France24, Platini alega, entre outras coisas, que não tem mal nenhum receber um pagamento de 1.8 milhões de euros por parte da FIFA e que continua “determinado” em concorrer às eleições do organismo que regula o futebol mundial.

O pagamento, agora sob investigação das autoridades suíças, foi feito em 2011 e é referente ao trabalho realizado pelo antigo internacional francês entre 1998 e 2002 como “consultor especial do Presidente Sepp Blatter.”

Eu fui contratado pela FIFA como consultor especial do Presidente Sepp Blatter, trabalhando em várias matérias relacionadas com futebol, como o calendário futebolístico internacional. Era um trabalho a tempo inteiro.”

Platini revela que só foi pago parte do salário acordado, isto porque, a FIFA, o informou “que não podia pagar a totalidade do valor”, explicando também que todo o dinheiro recebido foi “declarado às autoridades.”

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Depois de esclarecer a forma e o porquê do pagamento, o líder da UEFA respondeu às especulações que dão conta que o dinheiro serviu para o francês desistir da intenção de substituir Blatter em 2011, afirmando que nunca teve “nenhuns planos de me tornar um candidato.”

Como eu já disse, a enorme quantidade de trabalho que eu tive só foi pago quando eu, finalmente, pedi à FIFA. O fato de o pagamento ter sido feito meses antes das eleições presidenciais da FIFA é irrelevante uma vez que nunca tive planos de me tornar um candidato. Na realidade, eu estava extremamente feliz por ter sido reeleito Presidente da UEFA.”

Sobre as declarações que fez às autoridades suíças, Platini garante que estas não abriram qualquer investigação criminal sobre ele, e que apenas se deslocou para “providenciar informações” e que cooperou “totalmente”. O antigo futebolista francês afirma que já espera ataques “infundados” até às eleições de 2016 para a presidência da FIFA às quais é candidato.

Eu sei há muito tempo que serei o alvo de muitos ataques infundados e estou consciente que estes ataques vão continuar até às eleições da FIFA. Mas tenho de dizer, no entanto, que estou desapontado com a especulação de alguma comunicação social (…) Não há dúvidas sobre a minha integridade. Não fiz nada de mal. É por isso que me disponibilizei totalmente para cooperar com as autoridades relevantes para clarificar o que for preciso.”

Apesar de tudo, Michel Platini continua “determinado” em levar por diante a candidatura à presidência da FIFA e em introduzir as reformas necessárias para “restaurar a ordem e credibilidade no futebol mundial”.