A InterCement, holding que controla a Cimpor, é um dos ativos que o grupo brasileiro Camargo Corrêa colocou à venda. Em causa está a alienação de uma participação, avança o jornal Estado de S. Paulo.

A Camargo, uma das empresas apanhadas no escândalo Lava-jato, quer reduzir a sua exposição ao mercado brasileiro, mas também ao segmento das obras públicas. A construtora estará ainda a procurar fundos para reduzir a dívida e pagar as avultadas multas aplicadas pelas autoridades brasileiras. A Camargo já aceitou pagar 700 milhões de reais (160 milhões de euros), ao abrigo do estatuto de clemência, para quem colaborar com as investigações. A empresa é uma das 17 fornecedoras da Petrobras suspeita de ter pago subornos em troca de contratos inflacionados.

A InterCement adquiriu o controlo da Cimpor através de uma oferta pública de venda lançada em 2012. O negócio envolveu uma troca de ativos com a também brasileira Votorantim, que ficou com algumas das operações mais atrativas da cimenteira portuguesa, incluindo Índia, Turquia e China. A Cimpor ficou concentrada na América Latina (em especial no Brasil) e África.

A Camargo Corrêa terá colocado à venda uma participação na InterCement, o Estado de S. Paulo não especifica se será maioritária, mas até agora não surgiriam interessados. Segundo o jornal, o grupo até admite ceder uma parte do capital da CPFL, a elétrica que abastece o Estado de S. Paulo e que é uma das maiores do Brasil.

Já a Alpargatas, empresa de calçado que produz a marca Havaianas, está ser disputada por dois investidores internacionais: a Carlyle e a KKR. A Camargo Corrêa tem 100% da InterCement e detém participações de 44% na Alpargatas e 23,5% da CPFL.

Citada pelo Estado de S. Paulo, a empresa diz que está sempre atenta às oportunidades de investimento que criem valor no longo prazo.

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