São mais de 150 investidores profissionais – de empresas, capitais de risco ou particulares – que entre 20 e 21 de outubro vão ouvir o que as 36 startups mais inovadoras da Europa têm a dizer. Onde? No Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa. É a primeira vez que o evento europeu Digital Tech Summit (DTS) se realiza em Portugal.
“Dos cerca de 200 profissionais, vão estar presentes no evento perto de 70 investidores de capitais de risco e business angels, que representam mais de 20 mil milhões de euros de ativos sob gestão. Os empreendedores cuidadosamente selecionados vão ter acesso muito privilegiado a este grupo de investidores. E as startups portuguesas vão ter um palco sem precedentes para levantar capital internacional sem sair do país”, explica ao Observador Stephan Morais, administrador executivo da Caixa Capital, capital de risco do grupo Caixa Geral de Depósitos.
A organização do evento diz, em comunicado, que a oitava edição do DTS é a “mais competitiva até à data” e que as startups candidatas foram selecionadas tendo em conta a tecnologia que incorporam, a força do modelo de negócio e a capacidade de executarem o plano de negócios. Sete dos projetos finalistas são portugueses (Aptoide, Codacy, CrowdProcess, Movvo, Passworks, Talkdesk e Uniplaces), um é luso-britânico, a Seedrs, e a Hole19 tem sede em Londres, mas é desenvolvida em Portugal.
“A vinda deste evento para Lisboa é o reconhecimento do país como um tech hub [centro tecnológico] emergente a nível internacional. Ajuda, sem dúvida, a cimentar a cidade como uma marca associada à inovação e pode proporcionar às startups portuguesas um contacto direto com alguns dos melhores investidores de capital de risco europeus”, acrescenta Stephan Morais, que também é presidente da DTS 2015.
O DTS é um dos eventos paralelos ao ICT 2015, o maior evento de tecnologias de informação e comunicação da Europa, organizado pela Comissão Europeia. Na segunda-feira, decorreu também à margem do ICT 2015, o European Accelerator Summit, onde estiveram presentes representantes dos mais prestigiados programas de aceleração e incubadoras mundiais.
Num ano marcado pela chegada de vários eventos importantes para o ecossistema de empreendedorismo europeu, Lisboa parece afirmar-se cada vez mais como uma cidade a manter debaixo de olho. Stephan Morais acredita que Portugal está no “bom caminho”, mas ainda não ao nível do que se passa em Londres, Berlim ou Paris.
“Podemos afirmar seguramente que Lisboa está numa forte segunda linha europeia de cidades inovadoras e isso é o resultado da inovação que está a ser criada não apenas em Lisboa, mas por todo o país, e tanto pelo setor público como pelo privado”, referiu.
Entre os 36 projetos selecionados, além das portuguesas, há empresas oriundas da Bélgica, Alemanha, Dinamarca, Reino Unido ou Irlanda, que atuam em áreas de atividade como mobilidade da web, internet das coisas, tecnologia financeira, segurança, cloud, cibersegurança ou big data.
De acordo com os dados avançados pela organização do evento, 43% da população mundial está online, quando no ano 2000 a integração da internet no dia-a-dia das pessoas era de 6,5%. Mais: 80% dos utilizadores de internet mundiais utilizam um smartphone e 47% utiliza tablets.