O ex-secretário de Estado dos Transportes Sérgio Monteiro não vai transitar para o novo Governo, passando a prestar serviços ao Fundo de Resolução, onde vai liderar o processo de venda do Novo Banco. A notícia foi avançada pelo jornal Público e confirmada pelo Observador.
Em comunicado, o Banco de Portugal revela que Sérgio Monteiro vai assumir a responsabilidade de Projet Management Office (PMO) do projeto de venda do Novo Banco e acrescenta que a sua contratação está prevista em articulação entre o Fundo de Resolução e a Associação Portuguesa de Bancos (APB).
O contrato, que ainda não está fechado, é de prestação de serviços e será assinado com o Fundo de Resolução. A APB foi previamente consultada quanto ao modelo de líder de projeto e à personalidade escolhida.
O Banco de Portugal justifica esta contratação com “a complexidade e os desafios associados ao processo da venda do Novo Banco“, acrescentando que “foi identificada a necessidade de encontrar um responsável de reconhecido mérito e elevada experiência em operações desta natureza que pudesse assegurar a coordenação e gestão de toda a operação, incluindo o acompanhamento do programa de transformação a implementar pelo Novo Banco, que é condição essencial para a sua venda”.
Sérgio Monteiro vai dedicar-se em exclusividade ao processo de venda do Novo Banco, ao contrário do que aconteceu até agora, em que este dossiê era gerido por pessoas que acumulavam outras funções no Banco de Portugal e no próprio Fundo de Resolução.
O novo líder de projeto irá contar com os meios humanos do Banco de Portugal, já que o fundo não tem equipa própria, e Sérgio Monteiro deverá ir sozinho. Os outros assessores contratados para apoiar a venda do Novo Banco, designadamente o assessor financeiro, BNP Paribas, mantêm-se, para já.
O Banco de Portugal destaca no currículo de Sérgio Monteiro a “responsabilidade pela condução de várias operações de privatização”. O ainda secretário de Estado das Infraestruturas, o governo ainda está em funções, embora em gestão corrente, manterá um vínculo contratual à Caixa Geral de Depósitos.
O processo de venda do Novo Banco foi suspenso pelo Banco de Portugal, que considerou que as propostas apresentadas pelos candidatos não eram satisfatórias. Os candidatos desconheciam também as reais necessidades de capital do banco que resultou da resolução do Banco Espírito Santo, em agosto de 2014.