O jornal espanhol El País fez uma lista com sete exemplos de benefícios que as investigações no espaço já originaram para os seres humanos. O inventário foi feito numa altura em que se comemoram 15 anos de presença de astronautas na Estação Espacial Internacional, que serão celebrados a 20 de novembro deste ano.

Fique a conhecer os benefícios que a ida ao espaço tem oferecido aos seres humanos.

O método de produção de água potável no espaço usado nos confins da Terra

Produzir água potável no espaço é absolutamente essencial e o método pode ser utilizado na Terra, em zonas onde o acesso a este bem é mais complicado. Tudo começou quando a NASA criou máquinas que filtram e purificam a água para as utilizar em missões espaciais. Posteriormente, a Corporação de Segurança, uma empresa que colabora com a agência norte-americana, decidiu aplicar o sistema em alguns países do planeta Terra. 

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Detetar o cancro da mama através de um robô programado para cirurgias no espaço

Um robot programado pelo Centro de Invenção e Inovação Cirúrgica, da Agência Espacial Canadiana, conhecido como IGAR, foi construído a pensar na sua utilização em procedimentos cirúrgicos no espaço – mais precisamente, em pacientes que estejam a orbitar a mais de 320 quilómetros da Terra. Porém, pode ter também utilidade na Terra. O robô está a ser utilizado em ensaios clínicos, para testar a sua aplicação na deteção do cancro da mama. O IGAR, relata o El País, funciona dentro de uma máquina de ressonância magnética, para ajudar a identificar de forma precisa o tamanho e a localização do tumor. Se for confirmado o seu potencial, permitirá também aos cirurgiões a realização de movimentos mais precisos durante as biópsias. 

A telemedicina e as unidades de ultrassom ao serviço das pessoas:

Para os astronautas que se encontram na Estação Espacial Internacional, a 420 quilómetros da Terra, ter um médico por perto nem sempre é possível: mas é preciso que ele esteja disponível caso necessário. Daí que tenha sido levado a cabo um estudo de Diagnóstico Avançado de Ultrassom na Microgravidade. A investigação permitiu o desenvolvimento de protocolos que possibilitam que se realizem procedimentos complexos de forma rápida, com especialistas à distância. Ora, o método pode ser exportado para a Terra: em zonas remotas, onde o acesso a cuidados médicos é diminuto, a utilização de unidades de ultrassom, a telemedicina e as orientações de especialistas à distância podem fazer a diferença na vida de muitas pessoas.

O braço robótico que opera tumores “incuráveis”

Mais uma criação da Agência Espacial do Canadá: o neuroArm, um braço robótico programado para levar a cabo os trabalhos pesados e a manutenção da Estação Espacial Internacional. Mas o neuroArm teve outras aplicações, benéficas para os seres humanos: já permitiu, segundo o El País, operações cirúrgicas a 35 pacientes com tumores considerados impossíveis de operar – entre eles Paige Nickason, uma paciente que tinha um tumor em forma de ovo no cérebro, que este braço robótico conseguiu remover.

A investigação que ajudou ao tratamento da osteoporose

A perda de peso e de massa muscular dos astronautas presentes na Estação Espacial Internacional levou à realização de um estudo, que procurava compreender os mecanismos da osteoporose. Daí à criação de um medicamento para o tratamento da doença – o Prolia – foi só mais um passo.

Monitorizar as catástrofes naturais através de imagens vindas do espaço

O sistema que captura imagens da Terra a partir do espaço permite a monitorização de territórios abrangidos por catástrofes naturais. O ISERV, captura cerca de 3 imagens da Terra por segundo, cobrindo todos os dias mais de 90% das regiões habitadas do planeta. O sistema pode ser usado em catástrofes naturais como inundações, erupções vulcânicas e incêndios, entre outras, fazendo a monitorização das áreas afetadas por estas catástrofes em todo o planeta.

O estudo dos fluidos, e a sua aplicação no diagnóstico do VIH

Na Estação Espacial Internacional foi levada a cabo uma experiência sobre o movimento de um líquido em diferentes superfícies no espaço, para compreender o efeito da microgravidade nos fluidos. Os resultados originaram um novo dispositivo que permite fazer exames médicos na Terra – e que oferece a possibilidade, garante o El País, de melhorar o diagnóstico do vírus da imunodeficiência humana (VIH), causador da sida, em regiões mais remotas.