Quase 400 refugiados e migrantes morreram em outubro ao tentarem atravessar o Mediterrâneo para alcançar as costas europeias, segundo os dados hoje divulgados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Só nos primeiros três dias de novembro, 18 pessoas já perderam a vida durante a travessia desta rota migratória, revelaram os mesmos dados.

Com estes novos valores, o número de pessoas que morreram no Mediterrâneo este ano já atinge os 3.406.

Em termos globais, mais de 72% das mortes de migrantes registadas este ano ocorreram na rota do Mediterrâneo.

Estes números são divulgados um dia depois do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) ter informado que em outubro tinha sido atingido um recorde de travessias no Mediterrâneo: mais de 218 mil pessoas fizeram esta rota marítima para chegar às costas da Grécia, Itália e Espanha.

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“No mês passado foi um mês recorde para as chegadas”, disse, na segunda-feira, Adrian Edwards, porta-voz do ACNUR, sublinhando na mesma altura que as chegadas em outubro já eram quase equivalentes a todo o ano de 2014.

No ano passado, chegaram à Europa 219 mil pessoas, de acordo com dados da ONU.

Com este afluxo sem precedentes, o número de chegadas ao continente europeu via Mediterrâneo já atingiu nos primeiros dez meses do ano os 760.979, de acordo com os últimos dados disponíveis.

O porta-voz da OIM, Joel Millman, afirmou que a agência das Nações Unidas espera que as más condições meteorológicas, normalmente associadas ao período de inverno, consigam abrandar as movimentações nesta rota marítima.

Questionado sobre a possibilidade de ser alcançada este ano a marca de um milhão de chegadas às costas europeias, Joel Millman escusou-se a avançar com previsões, alertando apenas que o agravamento das condições meteorológicas poderá representar um aumento exponencial das mortes.