A agência de rating norte-americana Standard and Poor’s (S&P) considera que o atraso na venda do Novo Banco está a comprometer a maior parte dos ativos do antigo BES, admitindo que possa ter impacto na banca portuguesa.

Numa análise à banca de Itália, Espanha, Grécia e Portugal divulgada hoje, a agência de notação considera que “o pior da crise financeira já passou” na maioria destes quatro países do sul da Europa, que revelaram “melhorias notáveis” no setor.

No caso português, a Standard and Poor’s considera que o atraso da venda do Novo Banco está a “comprometer a maior parte dos ativos do antigo Banco Espírito Santo (BES)”, o que “pode ter impactos” no sistema bancário português.

Ainda assim, a agência de rating nota que “as condições económicas em Portugal estão mais favoráveis” para os bancos nacionais.

O Novo Banco esteve em processo de venda até meados de setembro, quando o Banco de Portugal decidiu cancelar a operação após falhadas as negociações com os três candidatos que chegaram à fase final. O regulador e supervisor bancário deu então instruções ao presidente executivo do Novo Banco, Stock da Cunha, para reestruturar a instituição com vista a uma venda futura.

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O Novo Banco resultou da intervenção, em agosto de 2014, do Banco de Portugal no ex-Banco Espírito Santo (BES).

O BES, tal como era conhecido, acabou a 03 de agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros.

O Fundo de Resolução bancário, gerido pelo Banco de Portugal, foi a entidade responsável por capitalizar o Novo Banco (incluindo com 3,9 mil milhões de euros de um empréstimo do Estado), sendo assim o atual dono da entidade bancária.

Sobre a Grécia, escreve a S&P, a crise da dívida soberana, as incertezas ainda sobre a recapitalização da banca grega e a recente imposição de controlo de capitais “vão ter implicações materiais nos bancos do país”.

No que diz respeito à banca espanhola, a agência salienta que a maioria dos ‘ratings’ está a melhorar; sobre a banca italiana, destaca que os bancos italianos absorveram o impacto da recessão e que, além disso, o crescimento moderado da economia italiana pode limitar a recuperação da banca.