O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, advertiu que o acordo de livre circulação Schengen está à beira do colapso, mas assegurou que os 28 estão “determinados” a salvá-lo e que isso implica “repor os controlos fronteiriços”.

“Salvar Schengen é uma corrida contra o tempo e estamos determinados a vencê-la”, disse Tusk no final da cimeira entre europeus e africanos a decorrer em Malta.

O responsável europeu respondia a uma pergunta sobre a decisão tomada na quarta-feira pela Suécia de restabelecer o controlo de fronteiras, depois de a Alemanha, a Áustria, a Eslovénia e a Hungria terem reintroduzido o controlo de fronteiras ou erguido vedações para fazer face ao afluxo sem precedente de refugiados e migrantes.

Para Tusk, as decisões daqueles países “mostram com a máxima clareza a enorme pressão sobre os Estados membros” da União Europeia (UE) e reforçam a necessidade de repor controlos fronteiriços.

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“Precisamos de pôr em prática tanto as decisões de ontem (quarta-feira) e de hoje como as adotadas nas cimeiras europeias. Isso inclui, primeiro que nada, o restabelecimento de controlos fronteiriços. Sem controlos de fronteira efetivos as regras de Schengen não vão sobreviver”, disse.

Sobre as conclusões da cimeira em Malta, Tusk considerou ter sido dado “um passo crucial” para a cooperação, embora tenha admitido que o compromisso assumido, no valor de 1,8 mil milhões de euros, é pouco expressivo.

O presidente do Conselho Europeu frisou, no entanto, que aquele valor se junta aos cerca de 20 milhões anuais de ajuda europeia ao desenvolvimento em África.

“Não temos ilusões de que a situação vai mudar da noite para o dia, mas queremos dar oportunidades às pessoas”, disse.

Segundo a Organização Mundial dasMigrações (OIM), chegaram à Europa até novembro mais de 800.000 migrantes, quatro vezes mais que em 2014.