Um cirurgião plástico de Nova Iorque, da University’s Langone Medical Center, Eduardo Rodriguez, realizou o “mais amplo” transplante facial alguma vez visto, conta o The Guardian.

Foram 26 horas na sala de cirurgia. O tempo necessário para que o cirurgião desse a um ex-bombeiro de 41 anos, da região do Tennessee, Patrick Hardison, o rosto de um jovem mecânico de 26 anos, David Rodebaugh, que perdeu a vida depois de um acidente. 

A história dos dois homens foi detalhada num artigo publicado na New York Magazine. Patrick Hardison ficou com queimaduras graves que lhe destruíram o rosto depois de um incêndio no Mississipi, em 2001. Antes da última cirurgia, Hardison já tinha passado por 71 operações, uma média de 7 intervenções por ano, ficando dependente de vários analgésicos, segundo o The Guardian.

Sobra a sua aparência antes do transplante, Hardison conta: “as crianças corriam, gritavam e choravam quando me viam. Há coisas piores do que morrer”.

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O rosto de Patrick Hardison antes da cirurgia. Créditos: Twitter/HardisonPb

Embora os transplantes faciais sejam comuns e realizados em todo o mundo há pelo menos 10 anos, o The Guardian recorda o primeiro transplante facial parcial realizado em 2005 a uma mulher francesa que tinha sido mordida por um cão. Em dezembro de 2008, também uma norte-americana, Connie Culp, de 46 anos, foi sujeita a uma cirurgia depois de ter sido baleada na cara pelo marido. Em 2011, também nos EUA, o Brigham and Women’s hospital deu um novo rosto de um trabalhador do Texas, Dallas Wiens, que ficou desfigurado depois de um acidente com cabos de alta-tensão.

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O rosto de Rodebaugh foi o terceiro a ser ‘oferecido’ a Hardison. Primeiro foi-lhe dada a opção do de um homem latino-americano, cuja família não autorizou e, depois, o de uma mulher, que Hardison rejeitou. A cirurgia a Patrick Hardison baseou-se num procedimento delicado, desgastante e perigoso, pelo que o cirurgião avisou o paciente que este seria “o mais completo transplante de rosto realizado.”

O cirurgião começou a trabalhar no rosto de Rodebaugh procurando preservar os tecidos, nervos, músculos, artérias e veias internas. Hardison, cuja operação foi dramática, já se encontra em recuperação. O cirurgião explicou ainda que as probabilidades dos tecidos serem rejeitados são grandes, contudo, um dos filhos de Hardison não tem dúvidas: “Quero memorizar o rosto dele, para que da próxima vez que eu olhar para ele saiba que é meu pai”.