Nos Museus Capitolinos, em Roma, o primeiro-ministro italiano destacou a cultura como a aposta a fazer no combate ao terrorismo. Matteo Renzi vai propor ao parlamento que os 550 mil italianos que estão prestes a completar 18 anos recebam um cartão com 500 euros. O dinheiro é para gastar em museus e espetáculos culturais.
Os atentados de 13 de novembro em Paris acentuaram a discussão. Para o primeiro-ministro italiano, vive-se uma “batalha cultural”. E essa batalha combate-se com cultura. “Por cada euro investido em segurança deve haver um euro investido na cultura”, disse, citado pelo La Repubblica, anunciando que pretende atribuir dois mil milhões de euros para serem divididos equitativamente por estas duas áreas. A ideia principal é que as soluções contra a ameaça não podem centrar-se apenas na segurança.
“Destroem as estátuas, nós amamos a arte. Destroem os livros, nós estamos no país das bibliotecas. Não mudaremos nunca o nosso modo de vida, eles render-se-ão primeiro”, disse.
Para além de querer envolver os jovens, sobretudo de bairros mais pobres, com a cultura e a identidade italianas, Matteo Renzi também acredita que a educação pode desviar muitos jovens dos caminhos do terrorismo. “50 milhões de euros vão para bolsas de estudo, quem merece estudar não pode ser impedido de o fazer por questões de rendimentos. Também isto é uma resposta ao terror“, sublinhou.
Se a cultura e a educação servem aqui como prevenção ao terrorismo, há que combater aquele já instalado. Aí as medidas são diferentes. No evento “Itália, Europa: uma resposta ao terror”, que decorreu na terça-feira, o primeiro-ministro anunciou que pretende alocar, por exemplo, 150 milhões de euros para a cibersegurança e 500 milhões para projetos de requalificação concebidos especialmente para as periferias mais desfavorecidas.