António Costa cumpriu a promessa que fizera em campanha eleitoral: tomou medidas para impedir que os contratos de subconcessão do Metro do Porto, do Metro de Lisboa e da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) entrassem em vigor. Aconteceu no início de dezembro e, agora, os diplomatas dos países onde estão sediadas os grupos e empresas em questão já estão a manifestar o seu desagrado junto dos responsáveis do Governo.

A notícia, avançada esta terça-feira pelo Jornal de Negócios, conta que o embaixador espanhola em Lisboa já se reuniu com Matos Fernandes, ministro do Ambiente — que tem a tutela da mobilidade urbana e, a 5 de dezembro, emitiu um comunicado no qual deu conta da intenção de “mandar suspender, com efeitos imediatos, o processo de obtenção de visto prévio”. Na prática, o Ministério do Ambiente impediu as empresas de apresentarem a documentação que respondesse aos pedidos de esclarecimento do Tribunal de Contas, entidade que gere as contas do Estado.

E isto caiu mal junto das empresas que tinham assinado os contratos de subconcessão: a Transdev, francesa que ia explorar o Metro do Porto; da National Express, grupo britânico dono da Alsa, empresa espanhola que chegara a acordo para a STCP; e da Avanza, também espanhola, mas detida pelos mexicanos da ADO, que ia explorar o Metro de Lisboa.

O Negócios escreve que os embaixadores do Reino Unido, de Espanha e de França estarão prestes a apresentar as vantagens que uma parceria entre o Governo e as tais empresas poderia ter para Portugal. A Transdev, por exemplo, dá emprego a cerca de 1.800 pessoas no país e opera com uma frota composta por mais de 1.500 viaturas.

A 5 de dezembro, o Ministério do Ambiente informou que o processo de reversão dos contratos de subconcessão dos transportes “não se faz num estalar de dedos” e que a operação deveria estar concluída em “num mês ou mês e meio”. Logo, a operação poderá ser finalizada apenas no início de 2016.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR