O ministro da Cultura afirmou que “está tudo em aberto” quanto ao destino dos quadros de Miró, apontando como prioridade a inventariação da coleção, que tanto pode ficar “depositada” a Norte como a Sul.
Em Braga, à margem da inauguração do Centro Interpretativo das Memórias da Misericórdia de Braga, João Soares explicou que, se aqueles 85 quadros do pintor espanhol – que pertenciam ao antigo BPN e estão agora à guarda do Estado – ficarem depositados em Lisboa, a primeira exposição deve ser no Porto e vice-versa.
O titular da pasta da Cultura disse ainda haver uma “disponibilidade muito grande” do ministério que dirige para “dialogar” com autarquias, igreja, Misericórdias e outras instituições para encontrar soluções “mais ajustadas” para valorizar o acervo patrimonial do país.
“Está tudo em aberto”, concluiu João Soares, quando questionado sobre o destino da coleção de quadros de Miró.
“Se o acervo do Miró ficar depositado em Lisboa, como espero que possa ficar num espaço nacional, a primeira exposição deve ter lugar no Norte do país para que ele seja inventariado, coisa que ainda não foi, ao longo de tantos anos ainda não foi inventariado. Se o acervo vier a ficar no Porto, também há possibilidades que ele possa ficar no Porto ou no Norte do país, a primeira exposição se deve fazer no sul do país”, explicou
Na inauguração de uma obra que considerou “muitíssimo importante”, o restauro do Palácio do Raio, em Braga, fruto do trabalho conjunto da autarquia bracarense e da Santa Casa da Misericórdia, João Soares salientou a importância da “colaboração” entre Estado, autarquias e outras instituições.
“É nesta lógica de cooperação com santas casas e com o poder local que nós queremos continuar a trabalhar”, disse.
“Há uma disponibilidade muito grande do atual Ministério da Cultura para dialogar com as autarquias, misericórdias, com outras entidades, com a Igreja, para poder encontrar soluções que sejam as mais ajustadas para o imenso património que temos na nossa terra, numa perspetiva de valorização desse acervo, que é parte da nossa identidade enquanto país e enquanto povo, e para a multiplicação dos recursos que podem ser gerados”, referiu.
O Palácio do Raio, onde está agora instalado o Centro Interpretativo das Memórias da Santa Casa da Misericórdia, projetado pelo arquiteto bracarense André Soares, foi contruído entre 1752 e 1755, sendo um dos mais emblemáticos edifícios do barroco de Braga, e pertencia ao complexo do antigo Hospital de S. Marcos, que dali saiu em 2011.
O restauro do edifício e a instalação daquele centro interpretativo tiveram um custo de 4,2 ME, financiado pelo Programa Operacional Regional do Norte e através do Fundo Jéssica.
Pelas salas do Palácio é agora possível ver mais de 500 anos da história da Misericórdia de Braga, havendo ainda salas disponíveis para exposições temporárias.