A negociação nas três bolsas chinesas foi suspensa automaticamente no primeiro dia em vigor da nova regra que suspende as negociações se as quedas forem muito elevadas, depois do índice composto CSI 300 ter caído 7%.
Novo ano, os mesmos problemas. A fazer jus ao calendário diferente, a situação nas bolsas chinesas continua complicada. Depois de expressivas quedas na segunda metade do ano, as autoridades chinesas decidiram impor um mecanismo de suspensão automática das negociações nas três praças chinesas – Xangai, Hong Kong e Shenzen – para limitar perdas excessivas.
O mecanismo suspende por apenas 15 minutos a negociação de ações, futuros de índices e opções caso exista uma variação superior a 5% no CSI 300, que inclui algumas das maiores empresas de Xangai e Shenzen. Caso a variação atinja os 7%, as negociações são suspensas o resto do dia.
Foi isso mesmo que aconteceu no primeiro dia em que este mecanismo (que existe em outras praças, embora com limites diferentes) entrou em vigor. As negociações foram suspensas pelas 13h33 locais quando a queda no CSI 300 atingiu os 7%. O índice composto de Xangai fechou a cair 6,85% e o de Shenzen 8,19%. Estes dois mercados estiveram suspensos temporariamente pelas 13h12 locais, quando a queda no CSI 300 superou os 5%.
Xangai e Shenzen são primordialmente mercados de negociação de ações, e produtos relacionados, só acessíveis a cidadãos chineses.
Na origem da queda poderá estar os dados da produção manufaturada e da desvalorização do yuan, que vem reforçar os receios com o abrandamento da economia chinesa, mas também a introdução do próprio sistema.
Christopher Cheung Wah-fung, um advogado de Hong Kong que representa os corretores, defendeu hoje, em declarações ao South China Morning Post, que o mecanismo não impediu a venda das ações, estabilizando o sistema. Pelo contrário, fez com que os investidores tenham entrado numa corrida para vender o mais rapidamente as suas ações antes que as negociações fossem suspensas.
O receio dos investidores, diz Wah-fung, é que os grandes acionistas comecem a despejar as suas ações nos mercados, fazendo com que as suas ações percam mais valor e impedindo-os de vender rapidamente as suas participações antes que elas desvalorizem.
O governo chinês impôs a 8 de julho uma regra que proíbe os grandes investidores de venderem as suas participações nas empresas em território continental chinês durante seis meses. A medida, que foi tomada para estabilizar os mercados, termina na sexta-feira, o que estará, segundo este advogado, a criar o pânico entre os investidores.
Na Europa, as principais praças começaram o dia a negociar em forte baixa. Frankfurt cai mais de 3,3%, Paris e Madrid mais de 2% e Londres mais de 1,8%.