Várias centenas de mulheres participaram no sábado na marcha da catedral de Colónia, oeste da Alemanha, para protestar contra a violência alegadamente exercida por refugiados na noite da passagem do ano. Para já, as autoridades alemãs identificaram 31 pessoas por agressões, entre os quais 18 são refugiados. Porém, entre estes, nenhum é suspeito de violência sexual.

Empunhando cartazes onde se lê “Não vamos dizer não. É o nosso direito. Fiquem longe de nós” ou “Não à violência contra as mulheres, seja em Colónia, na festa da cerveja ou no quarto”, as mulheres fizeram-se ouvir com apitos e batendo em tambores, de acordo com um jornalista da Agência France Presse.

“Queremos sentir-nos em segurança novamente (…) Estou aqui por todas as mães, filhas, netas, avós que se querem deslocar em segurança”, explicou Martina Schumeckers, música de 57 anos, que organizou a marcha.

Após a manifestação de protesto contra as agressões sexuais que vitimaram algumas mulheres na noite da passagem do ano vai realizar-se, ao início da tarde, um comício do movimento de extrema-direita “Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente” que, segundo a polícia, pode atrair cerca de mil participantes.

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À mesma hora da manifestação, cerca de um milhar de manifestantes de esquerda reuniram-se na principal praça de Colónia com cartazes onde se lia “Os refugiados são bem-vindos” ou “O fascismo não é uma opinião, é um crime”.

Naquela mesma praça, na noite de Ano Novo, os atos de roubo e violência sexual deram origem a cerca de 200 queixas, duas das quais por violação, segundo o jornal Spiegel.

A polícia registou mais de 120 queixas apresentadas por mulheres sobre assaltos, abusos sexuais e duas violações, alegadamente cometidos por grupos de homens jovens que se encontravam entre a multidão que comemorava a passagem de ano perto da principal estação de comboios da cidade.

Várias testemunhas relataram que grupos de 20 a 30 jovens adultos “que pareciam ser de origem árabe” cercaram e agrediram as vítimas.