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"O sonho adia-se, a esperança mantém-se". Paulo Gonçalves sai do Dakar

Este artigo tem mais de 5 anos

O português caiu, ficou inconsciente, sofreu um ligeiro traumatismo craniano e teve de ser transportado de helicóptero para o hospital. "Está bem", mas o abandono do piloto da Honda já foi confirmado.

O piloto português chegou a liderar o Dakar durante quatro etapas. Em 2015 terminou o rali na segunda posição da classificação geral das motos
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O piloto português chegou a liderar o Dakar durante quatro etapas. Em 2015 terminou o rali na segunda posição da classificação geral das motos

ASO/A.Lavadinho

O piloto português chegou a liderar o Dakar durante quatro etapas. Em 2015 terminou o rali na segunda posição da classificação geral das motos

ASO/A.Lavadinho

É por isto que a sabedoria popular inventou tantos ditados. Um azar nunca vem só e Paulo Gonçalves foi mais uma cobaia para o provar. Depois de um pneu encravar na areia e o projetar moto fora, de um pau lhe furar o radiador e quase o obrigar a desistir do Dakar, o português sofreu uma queda que o deixou inconsciente — e o fez abandonar o rali, na 11.ª etapa. A nova maleita sofrida pelo piloto da Honda até fez com que fosse transportado para um hospital para ser observado por uma equipa médica, esta quinta-feira.

O português, de 36 anos, sofreu o acidente ao 118.º quilómetro da etapa que ligava La Rioja a San Juan, na Argentina. A queda fez com que Paulo Gonçalves sofresse “um ligeiro traumatismo craniano”, mas o piloto não sofreu qualquer fratura, disse ao Observador a assessoria do piloto, que foi transportado de helicóptero para um hospital onde, pouco depois das 16h, ainda se encontrava: “Está bem e sob observação médica, não foi nada de muito grave”. Ainda se esperam os resultados de alguns exames e, por isso, ainda não foi possível antecipar a data de regresso do piloto a Portugal

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Posted by Paulo Gonçalves on Thursday, 14 January 2016

O piloto chegou a escapar por pouco a uma saída do Dakar — partiu o motor da moto após um pau lhe furar o radiador –, graças à decisão da organização em interromper a nona etapa, devido ao muito calor que causou várias quedas num piso arenoso e cheio de dunas. Paulo Gonçalves passou a noite de terça para quarta-feira (sem ajuda da assistência técnica da equipa ou da prova) a resolver os problemas mecânicos na mota e conseguiu até terminar a nona etapa com o quarto melhor tempo. A direção do rali, porém, penalizou-o em 39 minutos e 56 segundos e atirou o português para o oitavo lugar da classificação geral, a mais de uma hora da liderança.

Paulo Gonçalves chegou a liderar a corrida entre a quarta e a oitava etapa, na qual sofreu uma queda que o fez perder algum tempo e cair para o segundo lugar. Perdeu mais na sétima, quando esteve cerca de 10 minutos parado a ajudar Mathias Walkner, piloto austríaco que encontrou deitado na areia, derrubado por uma queda que lhe partiu o fémur numa das pernas. O ato de auxílio e boa vontade do português fez com que a organização do Dakar lhe devolvesse o tempo perdido na paragem.

Em 2015, o piloto de Esposende terminou o Dakar no segundo posto, a 16m53s do vencedor, tempo de atraso causado pelos 17 minutos acumulados nas três penalizações que lhe foram impostas durante a corrida. Tinha 35 anos, hoje tem mais um, mas não será preciso falar com ele para saber que, em 2017, Paulo Gonçalves vai caçar o que lhe voltou a fugir neste Dakar. “Vejo pilotos que ganham um Dakar com 40 e 50 anos, com performances incríveis. Se olhar para as idades dos pilotos de motas que estão em competição, tenho pelo menos mais 10 anos de Dakar pela frente. Continuo a acreditar que é possível, cada vez mais, e Portugal nunca esteve tão perto de o conseguir. É a minha grande motivação”, disse, o ano passado, ao Observador. Esperemos que para o ano seja mesmo de vez.

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