Se a expressão pé de gesso lhe provoca calafrios, pode culpar a mesma mulher que inventou os ténis com saltos pela nova tendência do calçado. Isabel Marant resolveu pintar os botins da sua coleção de primavera 2016 com a mais virginal das cores, e tal como aconteceu com os ténis que escondiam uma plataforma no seu interior, a ideia já foi copiada pelas principais lojas de roupa.
Na verdade, e à semelhança do que aconteceu com o regresso dos ténis brancos, responsabilizar Isabel Marant pela súbida popularidade das botas brancas é tão justo como culpar o revivalismo. Neste caso, nem é preciso pensar muito. Em modelos justos, com um cano médio e por vezes feitos em vinil (como em Dior), os botins brancos gritam anos 60 por toda a pele, sobretudo quando usados com uma mini-saia. Com um salto retangular, são a versão milénio das go-go boots popularizadas por André Courrèges, o designer francês que morreu no início deste ano e que, ao lado de Mary Quant, foi um dos principais nomes a definir a moda — e as pernas femininas — nos anos 60.
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A perspetiva de umas botas brancas em pleno inverno pode não parecer agradável, mas é afinal uma excelente forma de começar a fazer a transição — uma palavra de que a moda tanto gosta — para a primavera. Quanto ao seu lado prático, mais vale ir pelas palavras do jornal The Independent: se houvesse algum problema com coisas brancas perto do chão, os gatos persas nunca teriam sido inventados.
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