A Bélgica anunciou a reintrodução temporária dos controlos na fronteira com França para impedir a entrada de migrantes que abandonem a “Selva” de Calais, no norte de França.

“Informámos a Comissão Europeia de que vamos suspender temporariamente Schengen”, disse o ministro do Interior belga, Jan Jambon, numa conferência de imprensa em Bruxelas.

“Vamos realizar controlos em diferentes localizações estratégicas, pontos utilizados pelos traficantes já detetados pela polícia”, acrescentou.

As autoridades francesas decidiram evacuar a metade sul do campo de refugiados de Calais e estabeleceram um prazo, que terminava hoje, mas foi entretanto suspenso até haver uma decisão do tribunal administrativo de Lille.

Cerca de 4.000 migrantes, oriundos sobretudo da África subsaariana, vivem em condições muito precárias no campo, conhecido como “Selva”, à espera de uma oportunidade para atravessar clandestinamente o Canal de Mancha e chegar ao Reino Unido.

O receio da Bélgica é que os migrantes tentem chegar ao porto belga de Zeebrugge, para atravessar o Canal através de uma rota diferente.

“O desmantelamento da chamada ‘Selva’ é possível e real. Já observámos migrantes em trânsito”, disse o ministro belga.

“Há o potencial de milhares de migrantes virem para cá — não se trata de candidatos a asilo, mas de migrantes em trânsito que não querem ficar em França nem na Bélgica, querem ir para o Reino Unido”, acrescentou.

O espaço de livre circulação Schengen abrange 26 países e prevê nas suas regras que um país reponha temporariamente o controlo de fronteiras em circunstâncias excecionais de “ameaça grave para a ordem pública ou a segurança interna”.

Com a Bélgica, são agora sete os países do espaço Schengen que reintroduziram controlos de fronteira em resposta ao fluxo inédito de migrantes e refugiados na Europa.

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