Aproveite este mês para ver Júpiter em pleno esplendor. Quando o Sol estiver a descer no horizonte a oeste, Júpiter estará a nascer do lado este, para se manter visível no céu durante toda a noite. Pela manhã põe-se a oeste, quando o Sol estiver a nascer a este. O maior planeta do sistema solar será o quarto objeto mais brilhante no céu – a seguir ao Sol, Lua e Vénus. Júpiter ganha o destaque em relação a Vénus, porque este só aparece de madrugada.

Este é mesmo um mês especial para Júpiter: no dia 8 de março encontra-se em oposição, ou seja, vistos da Terra o planeta gigante fica de um lado e o Sol do outro. Mas mais interessante ainda é que este é o ponto em que Júpiter mais se aproxima do nosso planeta. Se tiver um telescópio médio conseguirá ver alguns pormenores do planeta, refere o blogue do Planetarium Armagh (Irlanda). Mas se não tiver mais do que uns binóculos conseguirá mesmo assim ver os quatro satélites naturais – Io, Europa, Ganimedes e Calisto (as quatro amantes de Zeus, o equivalente grego do deus Júpiter). E aproveite bem porque esta é uma boa altura para ver os fenómenos celestes: a Lua nova é dia 9 e o céu estará mais escuro.

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Mas o dia 8 tem mais que contar: poderá ser nesse dia que o asteroide 2013 TX68 se encontre mais próximo da Terra. Bem, os cálculos têm um certo grau de incerteza, mas os astrónomos preveem que passe “junto” à Terra entre os dias 5 e 9 de março, refere o Observatório Astronómico da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (OAL). Junto, quer dizer, provavelmente a cinco milhões de quilómetros – que é qualquer coisa como 12 vezes a distância da Terra à Lua. Na “pior” das hipóteses passará a 30 mil quilómetros, mas os investigadores do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra dizem que não há risco de colisão com a Terra.

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Este asteroide, considerado pequeno segundo o OAL, tem 30 metros de diâmetro – o dobro do meteoro Chelyabinsk, que entrou na atmosfera sobre a Rússia em fevereiro de 2013. Este asteroide do tamanho de uma baleia azul, que podia libertar um milhão de toneladas de TNT aquando o impacto, vai passar a uma distância segura, tanto agora como quando o voltarmos a ver em 2056.

 A órbita do asteroide 2013 TX68. Fonte: NASA

A órbita do asteroide 2013 TX68 – NASA & OAL/FCUL

Troque a noite pela manhã e tente levantar-se um pouco mais cedo para ver o céu da madrugada. Marte aparece muito brilhante a sudeste (na constelação de Escorpião), com Saturno à sua esquerda (na constelação de Ofiúco) e entre eles, um pouco mais abaixo, a supergigante vermelha Antares, conta o Guardian. Marte era também o deus da guerra e da agricultura e por isso deu nome ao mês de março, um bom mês para começar qualquer uma dessas atividades. No calendário romano, antes de Júlio César, março era o primeiro mês do ano e, segundo o blogue do Planetarium Armagh, o início meteorológico da primavera é o primeiro dia do mês.

Os cinco planetas visíveis a olho nu estão presentes de madrugada, mas o ponto em que nasce Mercúrio, a sudeste (na constelação de Peixes) vai ser ofuscado pelo próprio nascer do Sol. Vénus também estará a sudeste, mas na constelação de Aquário. Os outros dois planetas do sistema solar, Úrano e Neptuno, um em Peixes e outro em Aquário, só podem ser vistos com telescópios.

O nosso satélite natural, a Lua, vai continuar a visitar os planetas visíveis: no dia 2, Saturno; Vénus a 7; no dia 28 Marte e no dia seguinte Saturno.

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