O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, apelou este sábado à Europa para recuperar o “sentido comum” e o compromisso com os valores da solidariedade e do humanismo e rejeitar ideias extremistas que visam transformá-la numa “fortaleza”. A Europa está num momento em que deve decidir se vence o “medo e o racismo” ou “a solidariedade e o humanismo”, disse Tsipras num discurso perante o comité central do seu partido, o Syriza, na véspera da cimeira europeia extraordinária sobre refugiados.

O chefe do governo grego resumiu a estratégia com que participará naquele conselho europeu: solidariedade com os refugiados, reduzir os fluxos migratórios (repatriação para a Turquia dos imigrantes ilegais e luta contra o tráfico) e distribuição equitativa das obrigações entre os países da União Europeia com consequências para os que não respeitem as decisões.

Nos últimos dias Tsipras tem sublinhado que pedirá na cimeira um compromisso formal sobre a reinstalação de refugiados a partir da Grécia e da Itália — até agora só foram transferidas 600 pessoas das 160.000 incluídas no acordo realizado em setembro.

O líder grego realçou que a Grécia continuará a ser solidária com os refugiados, não porque o exigem as convenções internacionais e europeias, mas porque o exige a sua cultura.

A situação dos migrantes na Grécia continua a agravar-se e este fim de semana o governador da região da Macedónia Central, Apostolos Tsitsikostas, pediu ao governo para declarar o estado de emergência na zona, considerando que existe uma “crise humanitária”.

Mais de 30 mil pessoas, chegadas às ilhas do mar Egeu, estão retidas em território grego devido ao encerramento das fronteiras da rota balcânica, indicou Atenas no sábado.

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