Alexis Tsipras vai continuar o seu mandato como primeiro-ministro da Grécia. O parlamento aprovou, esta quarta-feira, a moção de confiança com os 151 votos que eram exigidos para o primeiro-ministro grego sair vencedor, segundo avança o Diário de Notícias.

Os 151 votos, entre os 300 deputados do parlamento grego, impedem, assim, que as eleições previstas para outubro sejam antecipadas. Caso Tsipras não tivesse conseguido recolher os votos de que precisava, a revisão constitucional e algumas reformas em marcha na Grécia não podiam ser concretizadas.

A moção de confiança surgiu depois da demissão, no domingo, do ministro da defesa Panos Kammenos, líder do partido nacionalista Gregos Independentes, em protesto contra o acordo proposto com a vizinha Macedónia. O ministro pôs, assim, fim à coligação que suportava o governo do Syriza, deixando-o sem maioria no parlamento, com apenas com 145 deputados. Na votação desta quarta-feira, o governante precisava, então, do voto de mais seis deputados para se manter no cargo.

O acordo com a Macedónia, por seu turno, consiste na mudança de nome deste país, para Macedónia do Norte, em troca do levantamento do veto da Grécia à sua entrada na Aliança Atlântica e às negociações de adesão à União Europeia deste pequeno país balcânico e ex-república jugoslava. O acordo acabou por entrar no parlamento helénico e culmina 28 anos de disputa com a Macedónia por causa do seu nome, que os gregos alegavam que tinha implícitas reivindicações sobre a sua própria província homónima e a herança cultural grega.

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Na sexta-feira, os deputados macedónios aceitaram designar o seu país “República da Macedónia do Norte” e seria agora o parlamento grego a pronunciar-se sobre o novo nome, na sequência do acordo de Prespa concluído entre a Grécia e a Macedónia em 17 de junho, que pretende terminar com um diferendo que se prolonga há 28 anos.

Tsipras considerava possível garantir os votos dos 145 deputados eleitos pelo seu partido e ainda os votos dos deputados do Potami, um partido pró-europeu da oposição, que possui sete dos 300 lugares no parlamento.

Na Grécia, um voto de confiança pode ser aprovado com metade dos votos a favor dos deputados presentes (um mínimo de 120), mas Tsipras referiu que iria pedir o apoio de 151 deputados, e que convocaria eleições antecipadas caso não alcançasse este objetivo.

Tsipras já referiu estar preparado para governar em minoria para completar o processo de ratificação do acordo que deverá encerrar o contencioso entre a Grécia e a Antiga República Jugoslava da Macedónia (Fyrom) antes da convocação das eleições legislativas.