Dois negociantes de arte franceses identificaram “O Paciente Inconsciente (O Sentido do Olfato)” de Rembrandt, que se estima ter sido pintado entre 1624 e 1625. No ano passado, o quadro foi a leilão em New Jersey como sendo uma pintura do século XIX de um artista desconhecido da Escola Europeia Continental, mas Bertrand Gautier e Bertrand Talabardon reconheceram aquela que é apontada como uma das primeiras obras do pintor holandês.

Gautier e Talabardon não foram os únicos a reconhecer a obra, e o preço do quadro ultrapassou os 910 mil euros (um milhão de dólares), mas acabou por ir para a sua galeria, em Paris.

A obra foi criada no início da carreira de Rembrandt, quando tinha 18 ou 19 anos, na altura em que terminou os seus estudos em Amesterdão e regressou a Leiden, a sua terra natal.

A pintura faz parte de uma série de cinco quadros que retrata os cinco sentidos. “O Paciente Inconsciente (Sentido do Olfato)” mostra uma mulher a segurar um lenço, provavelmente com sais para cheirar, debaixo do nariz de um homem que desmaiou depois de um cirurgião lhe ter feito um sangramento.

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A CBC News conta que o quadro não foi identificado mais cedo porque, no século XVIII foi alvo de uma intervenção para que se parecesse mais com um quadro de Rembrandt. O quadro foi aumentado e escurecido nas margens para lhe acrescentar “drama” e dar-lhe uma iluminação mais semelhante ao estilo do pintor.

Gautier e Talabardon mandaram restaurar o quadro e puseram-no numa moldura que, quando fechada, mostra apenas a parte pintada por Rembrandt, e, quando aberta, mostra a totalidade do quadro, incluindo as intervenções de que foi alvo mais tarde. O restauro revelou as letras “RF” ou “RHF”, que acreditam que significa “Rembrandt Harmensz fecit” — feito por Rembrandt, cujo nome completo é Rembrandt Harmenszoon van Rijn.

Na quinta-feira, o quadro genuíno que Rembrandt pintou entre 1624-1625, esteve em exibição na entrada do stand da galeria na prestigiada feira de arte TEFAF, em Maastricht. O óleo sobre tela despertou a atenção dos visitantes da feira, mas já foi vendido à coleção privada Leiden, em Nova Iorque, que já tem dois dos outros quadros dos “sentidos”.