As autoridades belgas acreditam que o terceiro homem por detrás dos ataques ao aeroporto de Zaventem é Fayçal Cheffou, detido na quinta-feira à noite. O Ministério Público acusou-o formalmente de atividades terroristas, homicídios e tentativas de homicídio também ligadas a atividades terroristas, mas não confirmou ainda se Fayçal é de facto o “homem do chapéu” que está fugido desde terça-feira.
Fayçal Cheffou foi detido esta quinta-feira na sequência de uma operação policial. A procuradoria federal belga já o tinha identificado na sexta-feira como cabecilha de um comando terrorista. “No âmbito da investigação aberta no seguimento dos atentados ao aeroporto e à estação de metro de Bruxelas, o juiz de instrução emitiu esta sexta-feira um mandado de prisão contra Fayçal C. Foram feitas buscas na sua casa, nenhum explosivo foi encontrado”, disse em comunicado.
Segundo a comunicação social belga, que cita fontes policiais e judiciais, Fayçal deverá ser mesmo o terceiro suspeito do aeroporto, o “homem do chapéu” que aparece nas imagens de videovigilância do aeroporto de Zavantem. Cheffou foi identificado pelo taxista que conduziu os três homens ao aeroporto. Tudo isto carece, para já, de confirmação oficial, uma vez que ainda são aguardados os resultados dos testes de ADN.
Fayçal Cheffou é um jornalista freelancer que fez várias reportagens nas quais denunciava o tratamento a que são sujeitos os muçulmanos detidos nas prisões belgas. No vídeo abaixo, de julho de 2014, Cheffou dá conta do facto de os muçulmanos não terem tido acesso a comida durante o Ramadão porque, à hora a que tencionavam alimentar-se (depois do sol se pôr), os serviços prisionais já tinham parado de distribuir refeições.
A Justiça belga abriu ainda um processo contra Aboubakar A., outro dos homens detidos na quinta-feira à noite. Desconhece-se para já qual o papel desempenhado por esta pessoa nos ataques. As outras quatro pessoas também intercetadas pela polícia nesse dia foram libertadas depois de um interrogatório.
Quanto aos detidos de sexta-feira, sabe-se agora que o homem capturado pela polícia numa paragem de elétrico em Schaerbeek se chama Abderahmane Ameroud, um argelino de 37 anos que, há dez, foi condenado em França a sete anos de cadeia por cumplicidade no assassinato de Ahmad Shah Massoud, um comandante político-militar afegão morto a 9 de setembro de 2001.
Um outro homem, chamado Rabah (e que na sexta-feira, depois de ser detido, tinha sido erradamente nomeado Salah pela procuradoria) foi também alvo da abertura de um inquérito. Este suspeito, no entanto, não parece ter tido qualquer relacionamento com os atentados de Bruxelas, mas sim com os planos de ataque em Paris que a polícia francesa desmantelou na quinta-feira passada.