Agora já é oficial: o PMDB decidiu romper com Dilma Rousseff. O maior partido da base do governo anunciou esta terça-feira a sua decisão na sequência de uma reunião do diretório nacional.
“É um dia histórico”, assim qualificou a decisão o senador Romero Jucá, vice-presidente do PMDB, que presidiu a sessão. Não estiveram presentes Michel Temer, presidente do partido e vice-presidente do Brasil, e os seis ministros do partido que integram a equipa de Dilma Rousseff.
“Brasil, para frente, Temer presidente”, gritaram os deputados do partido após a votação.
Ainda na reunião, que durou menos de quatro minutos, foi aprovada a moção que proíbe membros do partido de ocupar cargos no governo da presidente. Desta maneira, os seis ministros e os outros filiados ao PMDB que ocupam postos no Palácio do Planalto devem entregar os seus cargos a Dilma num prazo ainda não determinado. Segundo explica o site G1, Temer vai continuar a ocupar a vice-presidência do país sob o argumento de que foi eleito pela população na coligação de Dilma e de que não ocupa, portanto, cargo de submissão à presidente.
O PMDB era o maior partido da “base governista”, com 68 deputados e seis ministérios (Saúde, Agricultura, Ciência e Tecnologia, Aviação Civil, Portos e Minas e Energia). Henrique Eduardo Alves, membro do partido, já havia entregado a pasta do Turismo esta segunda-feira.
O PMDB detém ainda a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado e contribui com oito dos 65 parlamentares que fazem parte da comissão especial que vai decidir pela continuidade do processo de impugnação do mandato da presidente do Brasil, antes de ir a votos na Câmara dos Deputados.
O partido fez parte do governo desde a primeira eleição de Dilma Rousseff em 2010. A coligação foi mantida durante a reeleição da presidente em 2014.
Com a saída do PMDB, Dilma Rousseff fica mais isolada à frente do Brasil e vê o processo de impugnação do seu mandato ganhar mais força. A decisão pode produzir ainda um “efeito dominó” nos outros partidos que integram o governo.