O último número da revista online do Estado Islâmico (EI), a Dabid, inclui uma fotografia e uma pequena biografia de Najim Laachraoui, um homem de 24 que foi identificado como sendo um dos bombistas suicidas dos atentados em Bruxelas, no final de março, refere o New York Times. Na revista, Laachraoui surge vestido com roupas militares e a piscar o olho para a câmara. Ao seu lado, encontra-se um homem com uma faca ensanguentada na mão, sugerindo que acabou de matar um refém.

A acompanhar a fotografia, encontra-se uma pequena biografia, onde o jihadista, natural de Marrocos, surge identificado com o nome de guerra Abu Idris al-Baljiki. No mesmo texto, é confirmado que Laachraoui foi o responsável pela construção das bombas usadas nos atentados de Paris e Bruxelas. Em março, as autoridades belgas já tinham avançado com a hipótese de que o bombista suicida teria construído os dispositivos usados nos ataques ao Bataclan e ao State de France, em Paris.

Segundo a Dabid, o terrorista terá começado por pertencer ao Conselho dos Mujahideen Shura, um grupo iraquiano liderado por Amr al-Absi que, em 2007, se aliou ao EI. De acordo com a biografia do jihadista, Laachraoui foi “um dos primeiros de entre o grupo a jurar fidelidade”.

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Laachraoui terá participado em “numerosas batalhas” até que foi ferido numa perna. “Depois de se curar, começou a treinar para realizar o seu sonho de regressar à Europa e vingar os muçulmanos no Iraque”, refere a revista, citada pelo El Mundo. “Depois de completar o seu treino, percorreu um longo caminho até à Europa para completar a sua missão. Também foi ele que preparou os explosivos para os ataques em Paris e Bruxelas.”

Uma parte da revista foi ainda dedicada a Ibrahim el-Bakraoui e Khalid el-Bakraoui, que também se fizeram explodir em março em Bruxelas. Ao contrário de Laachraoui, a biografia dos dois irmãos nunca refere que estes terão viajado até à Síria ou ao Iraque. Em vez disso, explica que foi na Europa que os dois despertaram para a sua missão jihadista. No caso de Ibrahim, isso terá acontecido durante a sua prisão numa cadeia europeia e na sequência de uma série de sonhos simbólicos onde surgia o profeta Maomé.

Em relação aos irmãos el-Bakraoui, a Dabid garante que foram eles os responsáveis pelos atentados de novembro em Paris. “Foi graças a Alá e depois a Ibrahim e ao seu irmão, que os ataques em Paris aconteceram”, cita o New York Times. A última edição da revista do EI, termina com uma nova ameaça à Europa: “Paris foi um aviso, Bruxelas foi um lembrete. O que virá a seguir será muito mais devastador e horrível”.