“Numa altura em que as perspetivas económicas não são brilhantes e as populações devem contribuir mais para as finanças públicas é simplesmente inaceitável ter a impressão de que os ricos não pagam a justa contribuição para aquele esforço”, disse Vitor Gaspar, enquanto diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do Fundo Monetário Internacional.

O escândalo dos “Papéis do Panamá” revelou um vasto sistema de evasão fiscal que tem suscitado uma onde choque mundial e causou a abertura de várias investigações e a demissão do primeiro-ministro da Islândia.

A questão da evasão fiscal “afeta todos”, reconheceu Vítor Gaspar, durante uma conferência de imprensa no âmbito das reuniões da primavera do FMI e do Banco Mundial, em Washington. Para Vítor Gaspar, a luta pela transferência financeira tem experimentado “progressos consideráveis”, mas ainda precisa melhorar, em particular através do reforço de troca de informações fiscais entre os países para melhor identificar o abuso.

O FMI, acrescentou Vítor Gaspar, está pronto para ajudar os seus membros no desenvolvimento de “sistemas necessários” de recolha de informação para que “cada contribuinte possa ter a certeza de que todos pagam a sua justa parte”.

Esta quarta-feira, altos funcionários das finanças dos países mais ricos do mundo discutiram em Paris, França, as operações ‘offshore’, após as revelações do “Papéis do Panamá”. O objetivo da reunião, realizada sob os auspícios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), foi analisar as possibilidades de cooperação e troca de informações, identificar riscos de evasão fiscal e decidir sobre uma ação conjunta, refere um comunicado, divulgado após o encontro, que decorreu à porta fechada.

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