A ministra belga dos transportes e da mobilidade, Jacqueline Galant, apresentou o pedido de demissão que já foi aceite pelo rei, anunciou, esta sexta-feira, o primeiro-ministro Charles Michel, que também deu luz verde ao pedido. A saída da governante acontece três semanas depois dos atentados em Bruxelas e depois de a oposição ter exigido a sua demissão, acusando-a de mentir sobre um relatório da União Europeia que, há um ano, já apontava para falhas de segurança no aeroporto de Zaventem, em Bruxelas.
“A confusão orquestrada e teatral das últimas 48 horas impedem-me de continuar com serenidade no desempenho dos meus dossiês”, justificou a ex-ministra, em conferência de imprensa, esta manhã. “Esta confusão tem por objetivo fazer-me passar por alguém laxista que não deu importância às questões de segurança, e é por isso que me toca profundamente. Na realidade, se há um tema ao qual sempre dei atenção foi exatamente o tema da segurança”, acrescentou Jacqueline Galant, manifestando-se chocada com a demissão, na quinta-feira, do diretor do Serviço Federal de Mobilidade, Laurent Ledoux.
Também o primeiro-ministro Charles Michel já falou, saindo em defesa da ex-governante, que é do seu partido. Afirmou Charles Michel que a mesma desconhecia da existência do relatório da União Europeia. O chefe do Executivo destacou ainda as “várias reformas corajosas” que a ex-governante adotou, agradecendo o seu trabalho.
O jornal Le Soir escreve porém que foi o próprio primeiro-ministro a exigir a demissão da governante, na reunião que tiveram esta manhã cedo.
Já em Março, os ministros do Interior e da Justiça belga apresentaram a demissão, mas o primeiro-ministro não aceitou.
No passado dia 22 de março, duas explosões no aeroporto de Zaventem, em Bruxelas, e uma na estação de metropolitano de Maelbeek, reivindicadas pelo Estado Islâmico, causaram 35 mortos e mais de 300 feridos.