William Gadoury, de Saint-Jean-de-Matha, na região de Lanaudière (Québec, Canadá), descobriu uma cidade maia desconhecida. O adolescente de 15 anos desenvolveu uma teoria que explica que esta civilização pré-colombiana escolhia a localização das suas cidades seguindo as constelações das estrelas, noticia o Le Journal de Montréal.
Un adolescent québécois découvre une cité maya en observant les étoiles ! Une idée géniale. https://t.co/GQDnAxPlOd
— POSITIVR (@ThePOSITIVR) May 9, 2016
O estudante da Académie Antoine Manseau em Joliette analisou 22 constelações usadas pelos maias e a localização das estrelas dessas constelações no mapa correspondia à de 117 cidades daquela civilização. Até agora nenhum cientista tinha descoberta a correlação entre as estrelas e a localização das cidades maias. Mas o jovem não se ficou apenas pela descoberta desta correlação. William começou a analisar uma 23ª constelação usada pelos maias, que continha apenas três estrelas. A localização de duas dessas três correspondia à posição de duas cidades o que levou o jovem a considerar a existência da 118ª cidade maia, num local remoto e inacessível na Península de Yucatán, no México.
15yr old William Gadoury discovers new major Mayan city thanks to #nasa #jaxa images#Space https://t.co/jy035X4P7E pic.twitter.com/BK2AgRUL8H
— Fabien Amoretti (@FabienAmoretti) May 8, 2016
As análises realizadas às imagens recolhidas por satélites de diferentes agências espaciais confirmaram a existência de vestígios de uma pirâmide e trinta edifícios, precisamente no local identificado pelo jovem.
William Gadoury, 14 yo, presented his work on Maya & stars to our staff. We offered #RADARSAT-2 images to help! https://t.co/d7nnrDdrsl
— Canadian Space Agency (@csa_asc) November 14, 2014
A descoberta de William Gadoury transformou-o na mais recente estrela da NASA, da Agência Espacial canadiana e da Agência Espacial japonesa e está prestes a ser publicada numa revista científica. A comprovação da teoria valeu-lhe também o primeiro prémio na Exposição de Ciência do Québec e foi convidado para uma apresentação na Agência Espacial do Canadá.
William Gadoury começou a interessar-se pela civilização maia quando foi publicado o calendário maia que (supostamente) anunciava o fim do mundo em 2012 (trata-se apenas do fim de um ciclo e início de outro). O adolescente teve conhecimento das 22 constelações no Códice de Madrid – um texto escrito com carateres hieroglíficos sobre papel produzido a partir da casca de algumas árvores. O Códice de Madrid foi escrito por oito pessoas diferentes e o seu nome deve-se à cidade onde está arquivado, no Museu da América na capital espanhola.
https://twitter.com/IESFfrance/status/729571315380850688
Baseando-se na informação contida no códice, o adolescente conseguiu ligar as estrelas das constelações para criar formas e por cima delas desenhou as constelações maias com ajuda de um mapa do Google Earth.
Através deste processo descobriu que 142 estrelas correspondem a 117 cidades maias da península de Yucatán (México). As estrelas mais brilhantes correspondem às maiores cidades maias.
A teoria de sobreposição das constelações às cidades desenvolvida por William Gadoury também se aplica às civilizações asteca, inca e harapa (no Paquistão).
The beautiful books of Ancient Maya #BeautifulBooks #MayaCivilization #codex #books https://t.co/mZ48e9iAA1 pic.twitter.com/fQsgvAEZDf
— Elle Jauffret (@ElleJauffret) February 4, 2016
O jovem atribuiu à cidade que descobriu o nome K’ÀAK ‘CHI’, que significa literalmente “boca de incêndio”.
“Não entendia porque é que os maias construíram as suas cidades longe dos rios, em terras pouco férteis e nas montanhas. Tinha que existir outra razão e como eles adoravam as estrelas, tive a ideia de verificar a minha hipótese. Fiquei realmente surpreso e animado quando percebi que às estrelas mais brilhantes das constelações correspondiam as maiores cidades maias”, disse William Gadoury ao jornal canadiano.
A cidade recém-descoberta fica em plena selva mexicana e ainda não foi visitada. O jovem já entrou em contacto com dois arqueólogos mexicanos a quem apresentou o seu trabalho, mas estes não tiveram oportunidade de se deslocar ao local e iniciar as pesquisas arqueológicas.
A razão pela qual ainda não o fizeram nada tem a ver com a credibilidade da descoberta, mas com falta de recursos. “É sempre por uma questão de dinheiro. Organizar uma expedição é terrivelmente caro”, disse Armand LaRocque, especialista em teledeteção da Universidade de Nouveau-Brunswick no Canadá ao jornal de Montréal.
Un jeune québécois de 15ans découvre la 118e cité maya https://t.co/WppC5MOZWc la cité K’ÀAK' CHI' & #WilliamGadoury pic.twitter.com/bXWVVTldm4
— Ṗ/EricSoucy (@MTLphotographe) May 9, 2016