A costa portuguesa é a zona da Europa que “está mais sujeita à ameaça das alterações climáticas”, alertou esta quinta-feira o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, considerando que algumas das consequências já se fazem sentir.

“A costa portuguesa, e o Alentejo tem uma longa costa de praia, é a região da Europa que já está esta quinta-feira mais sujeita à ameaça das alterações climáticas”, afirmou o governante, durante um workshop sobre o tema, em Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora.

Segundo o ministro, com as alterações climáticas, a “temperatura vai aumentar mais do que a média europeia” e a “precipitação anual, muito provavelmente, vai diminuir”, o que “já afeta hoje o caudal dos rios”.

João Matos Fernandes destacou que a mudança de clima pode vir a provocar ainda “a perda da biodiversidade”, porque “há sempre espécies que se adaptam melhor do que outras”, e o “empobrecimento dos solos”, o que “leva à necessidade de mais água e fertilizantes”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Tudo muda muito depressa, porque chove quando não estamos à espera ou porque não chove quando estamos à espera. Temos um número muito grande de desafios para nos adaptarmos a esta realidade”, referiu.

O titular da pasta do Ambiente falava no encerramento de um workshop do projeto “Estratégia Regional de Adaptação às Alterações Climáticas no Alentejo”, que decorreu no auditório da biblioteca municipal de Reguengos de Monsaraz.

Organizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo e pela Universidade de Évora, em parceria com a câmara, a iniciativa incluiu a apresentação de boas práticas e de conclusões pelos vários grupos de trabalho e uma visita a uma exploração agrícola.

O ministro do Ambiente afirmou ainda que as alterações climáticas “são uma preocupação muito grande para a sociedade”, alegando que a mudança do clima “implica mudança em tudo o que acontece no planeta”.

Contudo, João Matos Fernandes considerou que as alterações climáticas têm “uma outra dimensão muito grande”, que pode levar à criação de “uma nova forma de criar riqueza”.

“Não podemos viver na economia de consumo a que nos habituámos, em que se extraem matérias-primas, são utilizadas e, depois do seu uso, o que existe é um desperdício. Boa parte do desperdício são materiais e é fundamental que este volte a entrar no sistema”, frisou.