“Um ato terrorista abjeto foi cometido ontem [segunda-feira] em Magnanville por um indivíduo que atacou um polícia e a sua mulher, que também era uma funcionária da esquadra da polícia”, disse Bernard Cazeneuve, ministro do Interior francês, aos jornalistas depois de uma reunião de emergência do Governo francês.
O alegado autor do duplo homicídio, identificado como Larossi Abballa, tinha 25 anos e foi condenado em 2013 por participar numa fileira ‘jihadista’, entre a França e o Paquistão, segundo a agência de notícias AFP, que cita várias fontes não identificadas.
Julgado com outros sete réus, foi condenado a três anos de prisão, com seis meses de pena suspensa, por “associação criminosa com vista à preparação de atos terroristas”, segundo uma fonte próxima do processo. O homem era oriundo de Mantes-la-Jolie, a cerca de 60 quilómetros a oeste de Paris.
Duas pessoas ficaram esta terça-feira em detenção preventiva, no âmbito do inquérito ao duplo homicídio, afirmou fonte policial. Estas pessoas “são conhecidas” do assassino, Larossi Abballa, abatido numa operação policial na residência das vítimas em Magnanville, na região parisiense, acrescentou a mesma fonte.
A agência ligada à organização terrorista Estado Islâmico disse hoje que um dos seus “combatentes” esfaqueou um polícia francês até à morte num subúrbio de Paris, antes de ter sido abatido numa operação policial.
“Um combatente do Estado Islâmico matou um vice-comandante da polícia da cidade de Les Mureaux, assim como a sua mulher com armas brancas perto de Paris”, escreveu a agência Amaq.
Alguma imprensa francesa indica, por seu turno, que o homicida se identificou como membro daquele grupo extremista durante a negociação com as forças de elite da polícia.
O homem esfaqueou o polícia até à morte e fez reféns a mulher e o filho da vítima na residência da família, tendo acabado por ser abatido numa operação policial.
O polícia foi assassinado ao chegar a casa na segunda-feira, por volta das 21h00 locais (20h00 de Lisboa). A polícia encontrou no interior da casa o cadáver de uma mulher e uma criança ilesa.
O Presidente de França, François Hollande, disse num comunicado que vão ser averiguadas as circunstâncias do “drama abominável, cuja investigação, sob a autoridade da justiça, determinará a sua natureza”.
Num comunicado do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou que, desde o início do ano, tem estado a decorrer um combate ao terrorismo bastante apertado. Já terão sido presos “centenas” de pessoas com possíveis ligações terroristas.
O crime ocorreu sob o estado de emergência em vigor em França desde os atentados do Estado Islâmico, a 13 de novembro passado, que causaram 130 mortos em vários ataques simultâneos em Paris e arredores.