O avião da TAP que sofreu uma falha num motor a 2 de julho de 2014, e que perdeu peças pelos ares, tinha feito mais 370 voos que o previsto. São as conclusões da investigação feita pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA), revelada pela TSF.

O acidente aconteceu na zona de Camarate, após a descolagem do avião que levava 232 passageiros. O aparelho teve de voltar ao aeroporto, mas antes voou durante 41 minutos e perdeu 40 toneladas de combustível. Ao contrário do que se falou inicialmente, não chegou a haver uma explosão. O motor partiu e por isso libertou pedaços que caíram na zona de Camarate e atingiram janelas de casas e vidros de carros, provocando vários danos.

A investigação do GPIAA concluiu que a responsabilidade ficou do lado da General Electric, empresa fabricante do motor, e que devia ter substituído o motor antes daquele voo. Na verdade, o motor tinha um limite de segurança de 3.700 voos e quando se partiu já tinha feito 4.070 – mais 370 do que o recomendado.

Os motores não são propriedade da TAP, são alugados pelo fabricante durante um determinado período, prática comum no setor. Este acidente serviu de alerta para outras situações, e, após verificações, foi necessário substituir mais dois motores em aviões da TAP.

A causa da falha do motor foi um conjunto de “fissuras desencadeadas por corrosão” encontradas no motor e que fizeram com que as pás se libertassem durante a subida do avião. Estas fissuras foram também encontradas nos outros dois motores que tiveram de ser substituídos noutros aviões. Também o facto de estes aviões, por fazerem várias travessias do Oceano Atlântico, serem expostos a elementos corrosivos contribuiu para aumentar a gravidade das fissuras encontradas.

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