O presidente da Agência Mundial Antidopagem (AMA), Craig Reedie, admitiu a possibilidade de estender a todos os desportistas russos a proibição de participarem nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Num congresso em Londres, Reedie afirmou que, caso o relatório que está a ser elaborado desde maio “indique a existência de transgressões”, irá “demonstrar o compromisso coletivo de limpar o desporto”.

“O mundo está a olhar para nós”, salientou.

Craig Reedie referiu ainda que o facto de a AMA ter suspendido a acreditação a vários laboratórios, entre os quais o português, está empenhado “em manter padrões elevados” na luta contra o doping.

Na sexta-feira, a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) anunciou a manutenção da suspensão da Federação Russa de Atletismo (ARAF) das competições internacionais, o que implicará a não presença daquela potência nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

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A Rússia, segunda potência mundial do atletismo, atrás dos Estados Unidos, foi suspensa em novembro de 2015 após um ‘demolidor’ relatório independente da AMA, em que se denunciava um esquema de doping institucionalizado na Rússia.

No início de maio, a IAAF nomeou o canadiano Richard McLaren para dirigir a equipa que está a investigar as novas acusações de dopagem sobre desportistas russos que participaram nos Jogos Olímpicos de Inverno Sochi2014, feitas por um antigo chefe do laboratório antidopagem russo.

Grigory Rodchenkov, que se demitiu do cargo em novembro de 2015, afirmou à imprensa norte-americana que os atletas russos nos Jogos de Inverno de 2014 beneficiaram de um sistema de dopagem supervisionado pelo governo russo, estimando que “dúzias de atletas russos, nomeadamente 15 medalhados olímpicos”, beneficiaram desse sistema.

Na base da suspensão da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), estarão a falta de independência do laboratório, os atrasos dos resultados dos relatórios e falhas na aplicação de métodos obrigatórios para deteção de substâncias.