Armando Vara, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, enviou uma carta ao presidente do Parlamento onde se mostrou disponível para colaborar com a comissão de inquérito ao banco. O ex-ministro da Juventude e Desporto de António Guterres manifestou opinião divergente de José Sócrates (seu amigo de longa data) que se pronunciou contra a investigação ao banco público e garantiu que “nunca interveio junto da CGD para que fosse concedido qualquer crédito”.

Numa carta enviada ao presidente da Assmebleia da República, a que o Diário de Notícias teve acesso, Armando Vara defende “pugnar pelo envolvimento do Parlamento, através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que permita esclarecer, em toda a sua extensão, a evolução da situação financeira da CGD ao longo deste período e apurar as causas que possam estar na origem desta eventual necessidade de recapitalização”.

Vara garante que todas as decisões que tomou entre 2005 e 2007, enquanto pertenceu à administração de Carlos Santos Ferreira na CGD, se basearam em “critérios estritamente profissionais e no respeito pelas cadeias próprias de decisão da instituição”.

“Torna-se imperioso que, para defesa do bom nome, em primeiro lugar da própria instituição e, em segundo, de todos quantos trabalharam nela e trabalham, seja realizada uma inquirição pública, totalmente transparente e aberta, da sua gestão ao longo dos anos”, escreve o ex-ministro socialista.

Desde a sua condenação no âmbito do processo Face Oculta que Armando Vara não fazia declarações públicas. Atualmente é também investigado no âmbito da Operação Marquês, cujo protagonista é José Sócrates, precisamente por um crédito concedido ao empreendimento Vale do Lobo. A operação de concessão do crédito levanta dúvidas e faz parte da lista de imparidades da Caixa Geral de Depósitos.

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