Mais mensagens da família e amigos, menos conteúdo dos meios de comunicação social. Em breve vai ser assim o seu Feed de Notícias do Facebook. A rede social anunciou esta quarta-feira que está a trabalhar em alterações ao algoritmo que escolhe a ordem com que as publicações são mostradas aos mais de 1.650 milhões de utilizadores que usam a funcionalidade todos os meses.
Como explica o The New York Times, esta alteração ganha relevância no contexto dos media. Durante vários anos, milhões de publicações em todo o mundo confiaram na rede social para expandirem as suas audiências. O jornal escreve mesmo que, embora o Facebook seja muito importante para o crescimento das empresas de media no longo prazo, esta alteração recorda que os criadores de conteúdo não estão entre as principais prioridades da empresa.
Esta não é a primeira vez que o Facebook faz modificações no Feed de Notícias. Ainda assim, não são claros os efeitos que esta alteração terá nos órgãos de comunicação que usam a rede social para difundir notícias. Fundamentalmente, os utilizadores passarão a ver primeiro as publicações feitas por amigos e por membros da família, enquanto os conteúdos publicados por páginas aparecerão com menos frequência.
Em contrapartida, um feed com demasiado conteúdo poderá aborrecer alguns utilizadores, algo que é explicado pelo próprio Facebook em comunicado: “O teu feed deve informar; o teu feed deve entreter.” Será este equilíbrio que a rede social procura com estas alterações ao algoritmo. “Quando lançámos o Feed de Notícias em 2006, era difícil imaginar o desafio que agora enfrentamos: demasiada informação para uma só pessoa consumir”, desabafa Adam Mosseri, um responsável da rede social.
O Facebook justifica ainda a mudança com uma série de “valores”, onde o primeiro de todos não podia ser mais explícito: “Amigos e família vêm em primeiro lugar.” E acrescenta: “A nossa principal prioridade é manter-te conectado às pessoas, lugares e coisas com as quais queres estar ligado.” A mudança deverá afetar, de forma transversal, todos os tipos de conteúdo, avança o The New York Times — sejam hiperligações, fotografias ou vídeos (mesmo os diretos).
O jornal norte-americano lembra ainda que, recentemente, o Facebook lançou a funcionalidade dos Artigos Instantâneos, incentivando os publishers a cederem os conteúdos para serem consumidos dentro da própria rede social. A empresa está mesmo a pagar a vários criadores de conteúdo para que apostem nas transmissões de vídeo em direto. Porém, até esses conteúdos serão afetados pelas mudanças ao algoritmo.
Ou seja, é previsível que, com o novo algoritmo, os conteúdos publicados pelas empresas de media na rede social tenham menos alcance (os conteúdos geralmente chamados de”orgânicos”, ou seja, não pagos). No entanto, não se sabe quão significativa será essa queda, tendo em conta que a rede social não divulga que alterações vão ser feitas em concreto.