“Iniciativas após o referendo do Reino Unido“. Este é o título de um documento citado pelo jornal alemão Handelsblatt e que contém as principais recomendações do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, para reforçar a construção europeia na era pós-Brexit, ou seja, após a provável saída do Reino Unido da União Europeia.
Vetos a orçamentos de países que estejam em incumprimento das regras europeias e entidades independentes — não a Comissão Europeia — a avaliar os orçamentos dos países são algumas das medidas que, segundo o Handelsblatt, Schäuble defende para a União Europeia.
O plano de reformas para a União Europeia defendido por Wolfgang Schäuble também prevê que o Mecanismo Único de Supervisão seja separado do Banco Central Europeu (BCE). Ou seja, desde novembro de 2014 que existe um organismo europeu que é responsável direto pela supervisão dos maiores bancos europeus — esse organismo foi criado para funcionar sob a alçada do BCE, mas o ministro alemão quer que supervisão bancária e política monetária devem ser separados.
Outro organismo criado durante a crise, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), também ficaria com poderes reforçados, segundo o jornal. Os detalhes do plano de Wolfgang Schäuble vão ser publicados esta quarta-feira pelo Handelsblatt, pela hora de almoço em Lisboa, mas o jornal já adiantou estes pontos-chave.
Já na semana passada, o Handelsblatt tinha noticiado o “plano secreto de Schäuble” para a União Europeia caso o Reino Unido votasse pela saída. O plano defendia que fosse negociado um acordo de associação com o Reino Unido mas que não houvesse demasiadas cedências que pudessem criar incentivos a outros países para seguir o mesmo caminho.