O que é o Pokémon GO?
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É um jogo de realidade aumentada, disponível para telemóveis Android e iOS. A ação desenrola-se no mundo real, mas os jogadores só podem ver os pokémons através do ecrã do telemóvel.
No jogo, os parques, as bibliotecas, os monumentos e outros locais públicos são convertidos em sítios onde os jogadores podem fazer determinadas coisas como apanhar pokémons ou recolher as pokébolas necessárias para capturar novas criaturas.
O jogo é gratuito, mas é possível fazer compras com dinheiro real no interior da aplicação. Foi lançado nos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia no início deste mês de julho.
É a loucura total. São já aos milhões os jogadores de Pokémon GO, o novo jogo da saga Pokémon que convida pessoas de todas as idades a serem treinadores de Pokémon… na vida real. Isso mesmo: para jogar, tem de se sair de casa e andar muito. É na rua que estão os pokémons, as pokéstops, os ginásios de pokémon e essas coisas todas, visíveis apenas através dos ecrãs dos telemóveis graças a uma tecnologia chamada realidade aumentada.
Em muito pouco tempo, esta nova aplicação móvel tomou proporções gigantescas. Para entender a dimensão do fenómeno Pokémon GO, reunimos 11 factos e curiosidades que o ilustram. Conheça-os e surpreenda-se — e se não sabe do que estamos a falar, já aqui explicámos tudinho acerca deste jogo.
Já se joga Pokemón GO em Portugal
e o jogo ainda nem sequer foi lançado cá
Quando a procura é muito superior à oferta, o sucesso de um determinado produto está praticamente garantido. É o que está a acontecer com o Pokémon GO em Portugal, embora a oferta seja teoricamente nula. O jogo ainda não foi oficialmente lançado cá, mas a vontade de jogar é tanta que os portugueses já o estão a descarregar — e jogar — de forma não oficial. Fazem-no usando as lojas de aplicações estrangeiras, ou simulando que estão noutro país onde o jogo já foi lançado. É também a aplicação mais descarregada na loja norte-americana da Apple.
A aplicação já superou o Tinder
entre namoros e pokémons, há quem prefira os pokémons
Segundo os cálculos feitos pela SimilarWeb e citados pela Business Insider, o Pokémon GO já foi instalado em mais telemóveis Android (não há ainda dados para o iOS) do que a aplicação de encontros Tinder — ela própria um sucesso a nível mundial. Os dados dizem respeito apenas aos Estados Unidos da América (EUA), onde o jogo já estará instalado em mais de 5% dos telemóveis Android. O Tinder só é encontrado em 2% dos telemóveis Android nos EUA, referem ainda os dados.
Quase tantos utilizadores quanto o Twitter
e ainda só foi lançado há uma semana
Numa altura em que o Twitter suspira por novos utilizadores, o Pokémon GO está prestes a bater a rede social do pássaro azul — se é que não o fez já. Os dados mais recentes, também da SimilarWeb, mostravam que cerca de 3% dos proprietários de telemóveis Android usam a aplicação do jogo diariamente, contra 3,5% que usavam a aplicação do Twitter (dados referentes aos EUA).
Porém, tendo em conta que a informação só foi atualizada até ao dia 8 de julho, é bem possível que, em menos de um mês, o Pokémon GO já seja maior do que o Twitter, a rede social prestes a fazer 10 anos de existência, refere a Business Insider.
As ações da Nintendo dispararam
o valor mais do que duplicou este mês
O sucesso do Pokémon GO também se está a refletir nos mercados financeiros. O jogo foi lançado a 7 de julho e as ações da Nintendo na bolsa de Tóquio já valorizaram quase 60% desde o primeiro dia do mês até esta terça-feira, altura em que o valor atingiu 22.840 ienes, quase 200 euros por ação. Contudo, como refere a InfoMoney, o Pokémon GO poderá não representar uma fonte de receita imediata para a empresa japonesa, tendo em conta que foi desenvolvido em parceria com a Niantic e com a Pokemon Company.
Já houve acidentes
e há quem arrisque a vida por um pokémon
O mundo dos pokémons era mais seguro quando se limitava aos ecrãs das nossas consolas Game Boy ou Nintendo DS. Mas isso agora é bem diferente: segundo a agência Reuters, citada pelo site UOL, o jogo já resultou em assaltos à mão armada no Missouri, na descoberta de um cadáver em Wyoming e em ferimentos sofridos pelos jogadores que se esquecem de olhar em frente quando estão a andar na rua. Há, por exemplo, relatos de pessoas que foram contra árvores.
Outro problema são as burlas informáticas que usam o jogo como pretexto, Vários utilizadores estão a descarregar versões falsas e corrompidas do Pokémon GO, que mais não são do que vírus para infetar e roubar dados dos aparelhos. Em Portugal, a empresa de segurança informática ESET até já emitiu um alerta:
“O download de apps a partir de canais não oficiais – neste caso um ficheiro executável com o Pokémon GO para sistemas Android – acarreta riscos de segurança e este caso não é exceção.”, lê-se num comunicado enviado ao Observador.
O Japão ainda não tem o jogo
e foram eles os criadores da saga Pokémon
Isso mesmo. Oficialmente, o jogo ainda só saiu nos Estados Unidos da América, na Austrália e na Nova Zelândia. Nem mesmo as lojas japonesas, onde nasceu a saga Pokémon, disponibilizam ainda o Pokémon GO para download. Como referimos, os utilizadores têm encontrado outras formas de jogar, contornando esse bloqueio. Ainda assim, é previsível que o número de jogadores aumente significativamente quando o jogo for lançado neste e noutros países.
Criou um novo conceito de publicidade
e praticamente ninguém tinha pensado nisso
É possível aproveitar o fenómeno Pokémon GO para muita coisa. Inclusive, para atrair pessoas para cafés e outros estabelecimentos. É o que está a fazer uma cafetaria em Atlanta, de acordo com o site Adage. O Huge Café situa-se entre duas pokéstops e o jogo tem um item chamado Lure Module, que serve para atrair pokémons para uma determinada área durante 30 minutos.
Assim, a agência Huge, que explora o estabelecimento, tem vindo a comprar esses módulos no jogo, atraindo pokémons para o espaço. Vários jogadores acabaram por entrar e conhecer o café enquanto tentavam apanhar essas míticas criaturas. Uma maneira simples e criativa de atrair clientela.
Há pokémons em sítios improváveis
como museus e locais sagrados, por exemplo
Está-se a procurar pokémons em sítios muito improváveis e inconvenientes. Recentemente, a BBC dava conta de que há gente a jogar Pokémon GO no Museu Memorial do Holocausto norte-americano, em Washington D.C., e que, por isso, um porta-voz do memorial já tinha pedido aos visitantes que parassem imediatamente de o fazer. O mesmo se está a passar com outros locais nas redondezas, como o Cemitério Nacional de Arlington. Em todo o mundo, existem milhares de igrejas, monumentos e outros pontos de atração turística que foram, literalmente, convertidos em locais de peregrinação por parte dos jogadores. Existem alguns casos curiosos como, o do pokémon Squirtle que foi apanhado em cima de um bidé, reporta ainda a BBC Brasil. Mas sobre isto, vale ainda a pena ler o caso do ponto abaixo.
Segundo a BBC, na lista de sítios improváveis e inconvenientes surge ainda o campo de concentração de Auschwitz, na Polónia, que num e-mail enviado ao jornal The New York Times, referiu que jogar Pokémon GO nesse local é uma “falta de respeito” pelas pessoas que ali morreram às mãos da Alemanha nazi. E o Centro Médico Académico de Amesterdão, que é um hospital na Holanda, também reagiu a afluência anormal de treinadores pokémon, dizendo: “Sim, há um pokémon doente no centro, mas estamos a cuidar bem dele. Por favor, não o venham visitar”.
Pokemon GO is just insane right now. This is in Central Park. It's basically been HQ for Pokemon GO. pic.twitter.com/3v2VfEHzNA
— Jonathan Perez (@IGIhosT) July 11, 2016
A polícia australiana teve de reagir
porque os treinadores iam buscar pokébolas à esquadra
Um dos casos que mais tem sido falado é o da esquadra da polícia australiana que, no jogo, surge destacada como um ponto onde se conseguem pokébolas, ovos de pokémons e outros elementos importantes para os jogadores. O problema é que muitos não perceberam que não tinham de entrar na esquadra para os conseguir. A constante afluência de treinadores de pokémon à esquadra policial de Darwin levou a que as autoridades emitissem um comunicado no Facebook:
“A todos os treinadores pokémon a jogarem Pokémon GO por aí: embora a Estação Policial de Darwin possa aparecer no jogo como uma pokéstop, saibam que não têm mesmo de entrar na esquadra para conseguirem as pokébolas. Também é boa ideia olharem para a frente e para os dois lados antes de atravessarem a rua. Esse [pokémon] Sandshrew pode esperar. Cuidem da vossa segurança e apanhem-nos a todos!” lê-se na página dos Northern Territory Police, Fire and Emergency Services autralianos no Facebook.
O jogo poderá valorizar imóveis
pelo menos em teoria…
Nos EUA, uma moradia estará à venda por 450 mil dólares, ou cerca de 406 mil euros. No preço pesam vantagens como o conforto, a luz natural abundante, o sítio espaçoso e, claro, a localização: está “convenientemente situada entre dois ginásios pokémon e tem oito pokéstops nas redondezas”. O caso, reportado no Twitter, foi citado pela Euronews:
I TOLD YOU #PokemonGO pic.twitter.com/UYiBR8vY1G
— Pokemon GO (@PokemonGoHub) July 11, 2016
Nem sequer é o primeiro jogo do género
mas nenhum atingiu tanto sucesso em tão pouco tempo
Por fim, importa referir que nem a realidade aumentada é uma tecnologia nova, nem o Pokémon GO é o primeiro jogo do género. Antes dele, outros jogos recorreram à mesma tecnologia para misturar elementos virtuais com a realidade. É o caso dos Invízimals para a PlayStation, por exemplo, onde os jogadores podem brincar com criaturas virtuais, tendo o espaço real como pano de fundo.
Porém, nenhum outro jogo de realidade aumentada teve tanto sucesso em tão pouco tempo. E uma coisa é certa: o Pokémon GO tem feito correr muita tinta, mas, à medida que for ficando disponível noutros países, deverá fazer correr cada vez mais.