O rei de Espanha vai iniciar as consultas com partidos prévias à nomeação do novo presidente do governo, depois da nova presidente do Congresso dos Deputados ter entregue esta quarta-feira ao monarca a relação das forças políticas no parlamento.

A Constituição espanhola não prevê um prazo para Filipe VI apresentar a sua proposta de candidato a presidente do executivo, mas vários dirigentes políticos têm indicado que o processo deve ser rápido, visto que o país tem um governo de gestão desde o início do ano.

Ana Pastor (PP), foi eleita na terça-feira presidente do Congresso com 169 votos dos deputados do PP (Partido Popular, de direita) e Ciudadanos (centro) contra os 155 votos obtidos pelo candidato socialista e anterior presidente da assembleia, Patxi López., em Madrid,

Ana Pastor foi até terça-feira ministra do Fomento e antes ministra da Saúde no governo de José Maria Aznar e é vista como pessoa de máxima confiança do líder do PP e atual presidente do governo de gestão, Mariano Rajoy, que todos apontam como o mais provável candidato a presidente do novo executivo. Mariano Rajoy afirmou, nesse mesmo dia, que o novo executivo pode ser investido na primeira semana de agosto, se houver “ao menos um mínimo de estabilidade” e os partidos atuarem “com certa lealdade”.

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“Eu quero governar e peço que me deixem governar e que não haja um bloqueio”, disse hoje Mariano Rajoy, em Madrid, depois da eleição de Ana Pastor como presidente do Congresso dos Deputados.

O líder do PP ainda acredita ser possível que o novo Governo seja investido em 02 de agosto, para que seja votado no Congresso de Deputados a 03 de agosto e, no caso de não conseguir a maioria absoluta, haja uma segunda votação dois dias depois.

O Ciudadanos é o único partido que, até agora, admitiu abster-se para deixar passar um Governo minoritário.

O PP foi o partido mais votado nas eleições de 26 de junho último, com 137 deputados, mais 14 que nas legislativas de dezembro, mas longe dos 176 mandatos que dão a maioria absoluta no congresso espanhol.

O PSOE ficou em segundo lugar, com 85 assentos (90 em dezembro), enquanto a aliança de esquerda Unidos Podemos (uma aliança entre partidos de extrema esquerda que inclui o Podemos) ficou em terceiro e elegeu 71 deputados, com o Ciudadanos a conseguir 32 assentos.

Filipe VI recebeu ainda o presidente do Senado, Pío García-Escudero (PP), que também o informou sobre a constituição da câmara alta da XII Legislatura espanhola que se inicia agora.